DESTRAMBELHAR
Coisa de mundo louco que está sempre a girar
Este mundo que não tem nem beira pra gente se segurar
Mundo sem estribeiras que não deixa a gente se acomodar
Gira desembestado como um pião que não para de rodar.
Desce gente, sobe gente, nem da tempo de se acostumar
Não para nem um instante pra gente poder desligar
As vezes dá até um sufoco, não deixa nem respirar
Um cérebro de fios desencapados prontinho para estourar.
No caleidoscópio as imagens estão loucas todas a se misturar
Para o mundo que quero descer e num cantinho descansar
Segura José, os cantos do mundo pra que eu possa desembarcar
Nem que seja só um pouquinho para as baterias recarregar.
Obs.: Poema publicado no livro da homegeada Dolores Flor. 2021