Democracia 

Crônicas | Ireneu Bruno Jaeger
Publicado em 14 de Março de 2022 ás 14h 53min

Nosso amigo infelizmente ficara viúvo. (Que palavrão feio. Ainda puxam o u viúuuvo!). 

Enfim todos consolavam e davam conselhos: para afugentar a solidão você precisa adotar um bichinho. As sugestões foram diversas: uma diarista nordestina logo sugeriu uma cabra. Outros falaram em adotar passarinho, peixinhos, gatos e cães.  

Uma parente mais próxima explicou que hoje em dia existem mini porquinhos, a coisa mais lindinha. 

-- Mas onde vou fazer o chiqueiro?   obtemperou o viúvo. 

-- Não é porco fedido é bichinho de estimação, fica dentro de casa. 

As sugestões aumentavam e nosso amigo pôs um fim na querela e, aproveitando um black Friday, presenteou-se com uma pequena shit zu. 

Abriu-se logo concurso para o nome da criaturinha. Votavam filhos, netos e bisnetos. Apareceram os mais interessantes nomes. Um bisneto, menos esclarecido sobre o sexo, sugeriu: Epaminondas, Arquimedes... Por certo seria escolhido não fosse a pequena do sexo feminino. 

Para que corresse com lisura o pleito, ele fez um regulamento: 

Artigo primeiro: O chefe sempre tem razão; 

Artigo segundo: Na incrível hipótese de alguém discordar, entra imediatamente o artigo primeiro. 

E a criatura recebeu, na pia, o lindo nome de Mel. 

Uma juíza aposentada, amiga da família, ainda comentou: 

- Bem democrático. 

 

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