Delírio Em Carne Viva
Poemas | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 30 de Janeiro de 2025 ás 21h 25min
Rasgo a noite com os dentes,
mordo a saudade até sangrar,
mas ela escorre entre os dedos,
um rio ácido, impossível de nadar.
A boca grita, mas a voz não sai,
eco surdo de quem já perdeu,
abraço o vento, choro pra dentro,
e o tempo ri do que era meu.
Virei deserto na tua ausência,
areia quente nos olhos vazios,
sede de algo que já não existe,
beijo fantasma, abraço sem frio.
Às vezes acho que esqueço,
mas a dor me chama pelo nome,
e quando penso que respiro,
teu cheiro volta e me consome.
Diz que isso tudo é loucura,
que o mundo não gira ao contrário,
mas se é sanidade viver sem você,
prefiro o abismo do imaginário.