Delírio de Corpos

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 27 de Janeiro de 2025 ás 19h 07min

Ah, que se abram as portas do abismo,

o fogo já queima, e não há recuo,

na pele, teu toque é um sismo,

no peito, um grito que rasga o mundo.

 

Teu cheiro invade, feroz, insano,

aroma de guerra, de rendição,

me prendes nos dentes, e eu me engano,

achando que há freio na combustão.

 

Sussurros que arranham, gemidos que rugem,

a cama é um barco que perde o leme,

as unhas escrevem na carne que urgem,

os beijos violentos não pedem permissão.

 

E mordes meu caos, engoles meu medo,

o gozo é um rio que nunca termina,

em desalinho, sem pudor ou segredo,

tua loucura é febre que me alucina.

 

De nós, o desejo se faz tempestade,

tempestade que nunca deseja cessar,

que venha o colapso da sanidade,

pois a paixão é nossa forma de amar.

 

 

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