Deixado de lado
Poemas | Valter Figueira e convidados: Às margens da vida | Manoel R. LeitePublicado em 16 de Julho de 2024 ás 14h 04min
Muito tempo se passou desde a primeira perda
Não apenas a morte dói
Como também o abandono
Inquietudo daquele que não mais é
Não existe o que lutar
Tudo é cinza
As corese presentes só nos amores
Tão cinza, fora e dentro de mim
Não sento mais a mesa de domingo
Mesmo quando sentava ali não pertencia
Sufocado fiquei por décadas
Coração apertado daquele abraço negado
A rejeição corrói os ossos
Enferruja as artérias
O coração de aço resiste em bater
Quando as lágrimas secam o que resta é prosseguir
Não me lembro com meus próprios olhos
Mas, sei que tudo começou muito cedo
Logo quando eu nasci
Fui deixado de lado.