Aos prantos declarei meu amor,
Em lágrimas, minha voz se perdeu,
Por anos em silêncio, escondi essa dor,
Um amor que em segredo cresceu.
Quantas noites sonhei, quantos dias esperei,
Em meu peito, um segredo guardado,
Como folha ao vento, meu coração balançou,
Por um amor tão puro, mas nunca revelado.
E hoje, aqui, sob o céu cinzento,
Com a alma partida, faço minha confissão,
Palavras fluem, revelam meu tormento,
Mas com elas, vem a triste decisão.
Chegou a hora de dizer adeus,
De soltar as amarras desse amor em vão,
Prometi a mim mesmo, sob as estrelas e o breu,
Cicatrizar o coração, seguir em frente.
Dói deixar ir, dói mais ainda ficar,
Nesse limbo de esperanças e memórias,
Mas é preciso seguir, é preciso caminhar,
E assim, com lágrimas nos olhos, eu parto,
Deixo para trás o que não pode ser,
Com o coração mais forte, embora partido ao meio,
Prometo a mim mesmo: vou esquecer, vou continuar a viver.