DECLARAÇÃO DE AMOR

Quis escrever uma declaração de amor,

Mas as palavras se perderam em meu interior.

Na mente, um emaranhado, um fervilhar,

Tentativas inúteis de em versos te encantar.

O papel em branco, testemunha do meu conflito,

Esperava, paciente, por sentimentos infinitos.

Mas como descrever o indescritível?

Como capturar o imprevisível?

A caneta, hesitante, mal tocava a folha,

Temia que minhas palavras não fossem tão boas.

Queria desenhar o amor, puro e verdadeiro,

Mas temia reduzi-lo a um mero prisioneiro.

Então, lembrei-me do brilho dos teus olhos,

Da tua risada, que dissipa todos os meus abrolhos.

Da forma como teu toque redefine o calor,

E de como tua presença me reveste de valor.

Mas ao tentar traduzir em versos essa emoção,

Percebi que o amor transcende a simples expressão.

Não são palavras que definem o que sinto,

Mas sim os momentos, em que juntos nos permitimos.

Portanto, esta tentativa de declaração falhou,

Não porque o amor não exista, mas porque ele me mudou.

É mais do que letras, mais do que pode ser dito,

É um sentir constante, um eterno infinito.

Então, ao invés de versos, te ofereço meu coração,

Meu silêncio eloquente, minha inteira devoção.

Pois mesmo que as palavras falhem, o sentimento perdura,

Nesta declaração silenciosa, encontra-se a mais pura das juras.