Cultura

Pensamentos | Victor Rodrigues
Publicado em 03 de Julho de 2022 ás 11h 23min

 

Cultura.

 

Parte 1 

Tivemos por meio de semestre abordagem sobre o estudo na área da Antropologia cultural, onde a professora em sala de aula no regime on-line debateu com  seus alunos o conceito de cultura e o entendimento como esta funciona em determinados povos. 

Através da Obra Cultura um conceito antropológico, Roque de Barros Laraia trabalha o conceito de Cultura apresentando de início o determinismo biológico, o determinismo geográfico.  

O Determinismo Biológico não é nada mais do que segundo Laraia teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. As diferenças genéticas não são fatores das diferenças culturais, não há portanto correlação significativa dos caracteres genéticos e a distribuição de comportamentos culturais, pois qualquer indivíduo que for colocado desde seu início de vida em determinada cultura, este absorverá à educação e as habilidades e desempenhos de acordo com o papel que for educado. 

O  Determinismo  Geográfico considera que as diferenças dos ambientes físicos condicionam as diversidade cultural, mas esse tipo de determinismo foi refutado por Boas, Wisler, Koeber, pois ele viram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais e que além disso a existência é possível a existência de uma grande diversidade de cultura dentro de um mesmo espaço físico, e o exemplo de maneira sintética é a forma de vida de dos lapões e esquimós que apesar de viverem em ambientes gélidos tem cada qual sua cultura específica no trato de suas vidas. 

Desse modo, é infrutífero tentar explicar a cultura em ter mos geográficos, pois não conhecemos sequer uma cultura que tenha se desenvolvido como resposta imediata às condições geo gráficas; sabemos apenas de culturas influenciadas por elas. Sem dúvida a localização de uma população - quer possibilite contatos múltiplos e fáceis com vizinhos de outras culturas, quer esteja situada em áreas inacessíveis - influencia o desenvolvimento de sua cultura, pois a resposta aos estímulos externos, o conhecimento de novos modos de agir e pensar são elementos importan tes para promover mudanças culturais.

Ao longo do livro o autor trabalha como o termo cultura desde seu surgimento desenvolvimento ao longo do tempo, dando assim forma ao sentido etnográfico advinda do vocábulo inglês a um todo complexo que inclui segundo ele as crenças, valores, arte, moral, leis, capacidades, hábitos. Esse conceito foi desenvolvido dentro de um ponto de vista antropológico e ele faz vários debates apresentando as teorias, o condicionamento, como opera, sua lógica e difusão. 

 

 

Cultura. 

O beijo tão meu

e tão seu

na tela de cinema

na tela de tevê

Na tela de Picasso

Na tela de Monet

Na peça de teatro

Na peça de paetê

 

peça que veste!

peça que calça!

Na moda que chega

Na moda que volta!

 

Cultura é o culto sagrado

é o culto distante

é o índio no mato

é o passo verdejante!

 

é Bach, é Beethoven

é Nirvana, é Bon Jovi

é o Museu Imperial ,

é o museu do Louvre!

 

 

 

é bossa nova

é carnaval

é festa junina

é também o Natal....

 

é funk , é Rock

é Gospel, pentecostal! É tão solta,

não existe apropriação

é tão natural na sua criação!

 

Nas diferenças

vem as identidades

dos imigrantes

dos Sírios, dos Africanos, dos árabes, dos demais habitantes!

 

Cultura é tudo

Parte 2 

Essa poesia feita pelo escritor Victor Rodrigues (eu),  é a reflexão dessa discussão proposta por Laraia, agora dialogando com o texto de Franz Boas podemos nos remeter o que venha ser Antropologia Cultural, que é uma das divisões da Antropologia como as demais biológica, pré-  histórica, psicológica.  A antropológica em destaque aqui é fruto de uma corrente desenvolvida nos Estados Unidos da América com base em cima do trabalho de Boas. A importância de se destacar isso, porque marca a consolidação  da antropologia como disciplina autônoma independente da Sociologia. O seu enfoque passa a ser direcionado ao comportamento dos indivíduos como aqueles que vão elucidar a cultura. Assim, as diversas formas de contatos conhecidas: difusão, linguagens e outros elementos de apreensão da realidade. Sendo assim, a antropologia cultural mergulha suas investigações no método etnográfico e na análise comparativa tendo sempre um viés histórico e sociológico da realidade superando aquelas abordagens biológicas já discutidas no início deste trabalho.

Franz Boas nos  chama à atenção para uma problemática que envolve aspectos científicos em relação  à mistura racial. Ele quer separar os aspectos biológicos e psicológicos das implicações sociais e econômicas das quais está pondo em questão somando à crítica ao determinismo geográfico. Então ele apresenta uma série de fatos para justificar o seu argumento, traz a questão do plantation no Sul dos EUA, onde esse sistema vai trazer um grande contingente da população negra, que mostra a partir daí uma mistura entre senhores brancos com escravas durante o período da escravidão, na medida com o tempo vai passando esse número de negros considerados puros vai diminuindo de forma contínua sem contar os índios na relação com o homem branco. E as imigrações  vão acontecendo em relação ao contato do Sul e do leste europeu que vão fazer parte da população daquele momento, assim vai se sucedendo no México e Antilhas com os chineses, japoneses e filipinos. O que Boas quer é estabelecer  uma relação com o significado do termo raça, ele nos mostra que no linguajar comum nos referimos raça para deslocar um grupo de pessoas que têm algumas características corporais e talvez segundo ele até mentais. Desse modo parte  para descrição das característica dos brancos e dos negros, que os primeiros tem a pele clara, o cabelo liso ou ondulados e narizes afilados, são uma raça claramente distintas dos negros, que tem a pele escura, cabelos crespos e narizes achatados. O antropólogo faz essa  relação para mostrar o quanto as raças são distintas.  

Faz esse tipo de tomadas a fim demonstrar que apesar das diferenças físicas não há uma relação com as habilidades desenvolvidas, que a tomada de um ponto de vista da teoria da evolução é puramente uma visão unilateral da realidade, relacionar a questão racial com a cultura não passa de um preconceito, o indivíduo só pode ser conhecido através das suas relações interpessoais pertencente a sociedade o qual ele estará inserido. Outro aspecto crítico de tamanha importância a qual se refuta o caráter racial é que as caraterísticas humanas são ainda mais amplamente distribuídas. 

 

Parte Final - O Pensar Filosófico

 

O pensar filosófico em relação a cultura é poder entendermos que podemos pensar na ideia de diversidade cultural que às vezes elas podem  se apresentarem  de  maneira antagônicas ou parecidas, no que diz respeito em relação às diversas culturas em sua especificidades de grupos sociais determinados promovendo uma diferenciação na construção da humanidade. Que sentimentos podemos produzir se estivermos em uma floresta nativa? Quais as sensações que produzimos numa cidade cheia de assaltos e violência? 

 

 A floresta tem um sentido para um indígena, por exemplo, que tenha aprendido a viver ali. As árvores, os cipós, os cheiros, os rastros constituem um código, um sistema de signos, uma linguagem que ele compreende do seu jeito. Essa é a cultura dele. Ele aprendeu e construiu esses significados. Talvez, ao contrário, na cidade, os sinais de trânsito, as ruas, os veículos, essa linguagem que eu compreendo, lhe causem outro sentimento. Enfim, diante de uma mesma situação, o indígena e eu percebemos coisas diferentes e nos comportamos de formas diferentes. Eis a diversidade e a diferença entre nós.


Enfim Dante Diniz Bessa faz esse tipo de reflexão de maneira didática para entendermos a questão da diversidade cultural, são compromissos de todo o pensador e de quem se propõe a abstrair a luta contra os tipos de preconceitos que ocasionaram injustiça e morte dentro de um ponto de vista histórico, daí a importância do combate ao etnocentrismo, que moldou o pensamento moderno, e como docentes levarmos essa contínua abordagem para que as injustiças sociais sejam ao menos diminuídas, pois quem sofre com a desumanidade é a própria humanidade.

Comentários

Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.