Correntes

Poemas | Ícaro
Publicado em 31 de Março de 2025 ás 23h 10min

Em que esquina do tempo me perdi,  onde o orgulho cresceu maior que eu?  Ergui castelos sobre o vento,  e agora sou prisioneiro do que sou.  

Minhas mãos forjaram estas correntes, ferro quente do desejo e da vaidade. 

Agora grito, mas quem me ouve,  senão a sombra do que deixei para trás?  Quis vencer a guerra num só golpe,  mas era um campo de mil batalhas.  

Caí, levantei, caí de novo,  e a esperança se fez pó em minhas mãos.  

Se sou eu quem me arrasta ao abismo,  não sou eu quem pode voltar?  O fogo que me queima pode ser luz,  se eu aprender a carregá-lo sem medo.  

Hoje, ergo os olhos ao sol nascente,  um passo de cada vez, sem promessas, sem pressa.  Pois a liberdade não vem no grito,  mas no silêncio de quem aprende a caminhar.

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