Em que esquina do tempo me perdi, onde o orgulho cresceu maior que eu? Ergui castelos sobre o vento, e agora sou prisioneiro do que sou.
Minhas mãos forjaram estas correntes, ferro quente do desejo e da vaidade.
Agora grito, mas quem me ouve, senão a sombra do que deixei para trás? Quis vencer a guerra num só golpe, mas era um campo de mil batalhas.
Caí, levantei, caí de novo, e a esperança se fez pó em minhas mãos.
Se sou eu quem me arrasta ao abismo, não sou eu quem pode voltar? O fogo que me queima pode ser luz, se eu aprender a carregá-lo sem medo.
Hoje, ergo os olhos ao sol nascente, um passo de cada vez, sem promessas, sem pressa. Pois a liberdade não vem no grito, mas no silêncio de quem aprende a caminhar.