Rondel – poema de forma fixa

BREVE RELATO

Rondel: estilo de composição poética originada na poesia lírica francesa do século XIV e surgiu como uma forma de canção popular.

Foi introduzido na língua portuguesa no final do século XIX por Eugênio de Castro.

CONCEITO DE RONDEL

Rondel é um poema de forma fixa. Significa que, a exemplo da Aldravia, do Haikai, do Cordel, do Soneto e outros, possui suas regras. O poema que fugir destas regras não se constitui em Rondel.

Regras para compor um rondel

1º. É um poema composto por treze versos, dispostos em dois quartetos e uma quintilha (originariamente os versos eram dispostos em 8 sílabas poética, mas com a evolução do rondel viu-se que essa exigência não mais cabia;

2º. Precisa ser necessariamente rimado, portanto é um poema de forma rígida com apenas duas rimas, “a/b”. Considerando a produção dos diversos escritores rondelistas, observamos que nem todos combinam com a disposição. Qualquer destas disposições podem ser utilizadas:  ABab/baAB/ababA ou Abba/abAB/ aabbA ou ABba/baAB/aabbA ou, na última estrofe, abbaA (note-se que as rimas em maiúsculo são os versos que se repetem)

3º. Peculiaridade especial: Os dois primeiros versos da primeira estrofe serão os mesmos dois últimos versos da segunda estrofe e o primeiro verso da primeira estrofe será o último verso da terceira estrofe.

Observação:

É uma composição poética muito fácil e gostosa de fazer.

O rondel é tradicionalmente empregado no gênero lírico, com a finalidade de expressar sentimentos delicados e galantes. Esse gênero foi muito utilizado por poetas consagrados da literatura brasileira.

Exemplo de Rondel

         Marinha, de Olavo Bilac

Sobre as ondas oscila o batel docemente… (A)
Sopra o vento a gemer… Treme enfunada a vela… (B)
Na água mansa do mar passam tremulamente (a)
Áureos traços de luz, brilhando esparsos nela. (b)

Lá desponta o luar… Tu, palpitante e bela, (b)
Canta! Chega-te a mim! Dá-me essa boca ardente! (a)
Sobre as ondas oscila o batel docemente… (A)
Sopra o vento a gemer… Treme enfunada a vela… (B)

Vagas azuis, parai! Curvo céu transparente, (a)
Nuvens de prata, ouvi!… Ouça na altura a estrela, (b)
Ouça de baixo o oceano, ouça o luar albente: (a)
Ela canta!… e, embalado ao som do canto dela, (b)
Sobre as ondas oscila o batel docemente. (A)

Fonte de consulta:

www.recantodasletras.com.br;

pt.wikipedia.org;

www.escrevendoofuturo.org.br;