Ciclos em Suspensão

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 10 de Novembro de 2024 ás 16h 02min

É como um peso frio em minha mente,

um sussurro que nunca cessa, persiste,

sempre à beira de algo que não chega,

sempre esperando o que não existe.

 

Os dias passam como sombras vazias,

passos e rostos que já não distingo,

o tempo é um véu de horas confusas,

um relógio cansado, mudo, faminto.

 

Há um tremor que cresce e queima,

como um grito preso a um fio curto,

e uma dor sem forma, sem nome, sem cor,

que rasga o peito em silêncio surdo.

 

Em cada noite há uma busca sem rumo,

perguntas que voltam como refrão,

medos antigos, ansiosos e mudos,

como ecos no fundo de um vão.

 

Mas às vezes, ao fundo, encontro um rastro,

um fio tênue de calma, suave e lento;

e me agarro, ainda que frágil e breve,

a esse lampejo de esquecimento.

 

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