Cicatrizes Invisíveis.

Poemas | Rose Correia
Publicado em 14 de Março de 2025 ás 07h 04min

Cicatrizes Invisíveis.

 

Doeu tanto, parecia que um punhal pontiagudo permanecia cravado em meu peito. A dificuldade para respirar intensificava ainda mais essa sensação. O mais difícil de entender era o simples fato de nunca ter te visto pessoalmente e, mesmo assim, sentir uma dor tão profunda.

 

A dor era intensa e durou mais tempo do que eu imaginei. Ao olhar sua foto, parecia que alguém me dava um forte soco no estômago. Que raiva fiquei de mim por me deixar levar tão depressa por palavras escritas e ditas — porém infindáveis. Ainda tenho raiva de mim.

 

Me deixei levar, naveguei, flutuei, me deleitei, sonhei, emergi. Confesso: quase acreditei que não seria capaz de submergir. Fiquei refém de um sentimento tão voraz que me consumiu por dias. Nada era capaz de suprir a lacuna e preencher o vazio, até o dia em que resolvi olhar para mim. Encarei meu reflexo sem desviar os olhos. Eu precisava me encontrar para me curar.

 

Confesso: o processo foi lento e doloroso. Por vezes, olhava e olhava para mim, repetia o gesto várias vezes até reconhecer quem eu era sem você. E, assim como a água, me lancei contra a rocha repetidas vezes até me reconstruir.

 

Hoje, olho sua foto. Nada me agride no estômago. Nenhuma dor, nenhuma dúvida. Só a certeza: me curei de você.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia . Rose Correia.

Comentários

Este poema é uma declaração de amor para alguém que não se toca, não se vê, apena se imagina quer seja por imagem ou pensamento. O importante que que a cura foi alcançada para qua a alma continuasse sã!

Lorde Égamo | 15/03/2025 ás 08:06 Responder Comentários

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