Cicatrizes de Chuva

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 06 de Outubro de 2024 ás 17h 14min

Uma tarde cinza,

o vento arranha as janelas,

e a chuva desenha linhas incertas

no vidro embaçado.

Cada gota parece um lamento,

caindo com o peso do silêncio,

preenchendo o vazio entre os dias.

 

O frio abraça,

não com o afeto de mãos quentes,

mas com a solidão

de quem esqueceu o calor do sol.

A alma, feita de neblina,

caminha por dentro de si,

procurando um resquício de luz

nas sombras que nunca se dissipam.

 

O tempo escorre,

como a água nas ruas vazias,

levando memórias perdidas,

esperanças frágeis

que desabam, uma a uma,

como folhas no fim do outono.

 

E ali, entre as gotas,

o coração murmura

palavras que ninguém escuta,

na tarde que se vai,

no frio que fica,

no silêncio que grita

a dor que nunca se cala.

 

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