Chuva preciosa
Poemas | Antologia Josivaldo Santos e convidados - Exalando poesia | Romeu DonattiPublicado em 23 de Fevereiro de 2024 ás 07h 41min
A chuva cai faceira.
A terra encharcada se deleita.
À espreita o sabiá-laranjeira enfeita
e balança o galho da roseira.
O jasmim busca companheira.
Atrevida, a margarida, se desmancha fagueira.
Bem-me-quer.
Malmequer.
Bem me queira.
Sábia, a dama-da-noite,
seu perfume na escuridão exala, se cala
e recolhe-se em manhã ligeira.
Brejeira.
Matreira.
A flor, a flora.
O botão, a floração.
O amor aflora.
O beija-flor se enamora.
Um delírio inusitado
e o lírio chora
pelo copo-de-leite derramado!
Um beijo molhado.
O beija-flor apaixonado.
A chuva cai faceira.
Molha a folha e o gramado.
Lava minh’alma inteira.
Comentários
A chuva cai faceira. Lindo!
Dolores Flor | 23/02/2024 ás 08:32 Responder ComentáriosMuito obrigado, Dolores. Abraço.
Romeu Donatti | 26/02/2024 ás 22:21A chuva faceira que o poeta diz é aquela chuva branda a qual a relva, as flores, a lavoura agradece e serve de acalanto em nossas noites às nossas almas sequiosas!
ENOQUE GABRIEL | 23/02/2024 ás 12:39 Responder ComentáriosEnoque, sua interpretação é sempre muito precisa. Obrigado pela apreciação e comentário. Abraço.
Romeu Donatti | 26/02/2024 ás 22:23