Certidão

Poemas | Keila Rackel Tavares
Publicado em 26 de Outubro de 2024 ás 09h 02min

Poesia: Certidão.

Nasci com a pele branca, 

mas não é o que está 

escrito na certidão,

a de nascimento,

o primeiro documento,

o escrivão, botou a mão da exclusão, 

quando colocou parda 

e agora eu pergunto?

o que é pardo?

Por conta disso,

na escola virei piada,

virei a cebola branca,

que não era branca, nem nada,

só tinha cor quando

era pelo sol agraciada 

com os seus raios,

passando disso era mico,

o meu nome, na minha certidão, 

nunca tive orgulho de ser branca, 

sempre quiz assumir 

o meu lado afrodescendente.

Keila Rackel Tavares.

 

 

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