Poesia: Certidão.
Nasci com a pele branca,
mas não é o que está
escrito na certidão,
a de nascimento,
o primeiro documento,
o escrivão, botou a mão da exclusão,
quando colocou parda
e agora eu pergunto?
o que é pardo?
Por conta disso,
na escola virei piada,
virei a cebola branca,
que não era branca, nem nada,
só tinha cor quando
era pelo sol agraciada
com os seus raios,
passando disso era mico,
o meu nome, na minha certidão,
nunca tive orgulho de ser branca,
sempre quiz assumir
o meu lado afrodescendente.
Keila Rackel Tavares.