CATEDRAL

Poemas | Iziz De Andrade
Publicado em 07 de Abril de 2023 ás 15h 55min

A porta estava entreaberta

Entrei pisando de levinho,

Em reverência fiz o sinal da cruz

Dobrando os joelhos silenciosamente

 

Minha alma respirava e relembrava...

Quanto tempo... nem me recordava

Do gosto de santidade que reina ali

Do silêncio, da aura de paz, da luz acesa lembrando do Deus vivo acampado eternamente ali.

 

Meus olhos percorreram o local

Os vitrais magníficos, com seus recortes de luzes variados

E seus santos retratados

A abóbora toda desenhada, encantada

 

A toalha branca toda bordada

A bacia da água benta, a pia batismal

Flores distribuídas por todo lado

E o silêncio...

 

Aquela sensação de paz,

Um lugar que as lágrimas vem suavemente

Uma lembrança de quando eu acreditava

De um tempo inocente onde eu me encontrava

 

A beleza era sem par, em cada escultura retratada

A via sacra, com sua 24 estações

E me vem a memória o terço rezado

Os hinos cantados.

 

E em cada respirar meu ser se põe a recordar

Como era bom adorar e acreditar

Onde foi que me perdi?

Onde foi que esqueci?

 

Uma grande catedral

No meio da grande cidade

Que guarda em cada banco

O cheiro e o gosto da santidade

A voz balbucia a prece pelas metades

E o coração fica transbordando silêncio e reverência.

 

E tem cheiro de saudade

De quando eu acreditava.

 

Comentários

Verdade amiga, lembrei-me das novenas também, reverências a sua bela poesia! Abraço poético.

Edson Bento | 07/04/2023 ás 17:32 Responder Comentários

São doces lembranças que aquecem o coração.

DAIANE | 07/04/2023 ás 23:35 Responder Comentários

São traços da fé em sua alma arraigada. Ela é sempre viva. Não se extingue jamais!

Enoque Gabriel | 08/04/2023 ás 09:45 Responder Comentários
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