A porta estava entreaberta
Entrei pisando de levinho,
Em reverência fiz o sinal da cruz
Dobrando os joelhos silenciosamente
Minha alma respirava e relembrava...
Quanto tempo... nem me recordava
Do gosto de santidade que reina ali
Do silêncio, da aura de paz, da luz acesa lembrando do Deus vivo acampado eternamente ali.
Meus olhos percorreram o local
Os vitrais magníficos, com seus recortes de luzes variados
E seus santos retratados
A abóbora toda desenhada, encantada
A toalha branca toda bordada
A bacia da água benta, a pia batismal
Flores distribuídas por todo lado
E o silêncio...
Aquela sensação de paz,
Um lugar que as lágrimas vem suavemente
Uma lembrança de quando eu acreditava
De um tempo inocente onde eu me encontrava
A beleza era sem par, em cada escultura retratada
A via sacra, com sua 24 estações
E me vem a memória o terço rezado
Os hinos cantados.
E em cada respirar meu ser se põe a recordar
Como era bom adorar e acreditar
Onde foi que me perdi?
Onde foi que esqueci?
Uma grande catedral
No meio da grande cidade
Que guarda em cada banco
O cheiro e o gosto da santidade
A voz balbucia a prece pelas metades
E o coração fica transbordando silêncio e reverência.
E tem cheiro de saudade
De quando eu acreditava.
Comentários
Verdade amiga, lembrei-me das novenas também, reverências a sua bela poesia! Abraço poético.
Edson Bento | 07/04/2023 ás 17:32 Responder ComentáriosSão doces lembranças que aquecem o coração.
DAIANE | 07/04/2023 ás 23:35 Responder ComentáriosSão traços da fé em sua alma arraigada. Ela é sempre viva. Não se extingue jamais!
Enoque Gabriel | 08/04/2023 ás 09:45 Responder Comentários