Carta

Cartas | 2024/10 Antologia Poesias que conectam corações | Silvia Dos Santos Alves
Publicado em 17 de Outubro de 2024 ás 09h 30min

Querida Natureza

 

Em tempos de maior dor e sofrimento, quando as sombras da vida parecem se estender sem fim, é a ti que eu recorro. A perda dos meus pais deixou um vazio profundo, uma saudade que carrego em silêncio, dia após dia. Em outros momentos de dificuldades, quando o fardo se torna quase insuportável, é em ti que encontro o alívio que minha alma tanto clama.

 

Há algo em teu abraço silencioso que acalma o turbilhão dentro de mim. O ar puro que respiro ao caminhar entre árvores, o vento suave que toca meu rosto, o som tranquilo das águas correndo pelos rios — tudo isso tem um poder inexplicável. É como se, ao me envolveres, cada suspiro teu levasse consigo um pouco da minha dor, renovando meu espírito com cada respiração.

 

Às margens de teus rios, onde as águas fluem livremente, sinto minha alma se purificar. O murmúrio das águas lembra-me que, assim como os rios, a vida também continua fluindo, ainda que por caminhos incertos. Sentada ali, escutando o canto dos pássaros, observando o balançar das folhas, é como se o tempo parasse e, por um breve momento, eu pudesse sentir paz novamente.

 

Não é apenas o silêncio que conforta, mas tua vida pulsante, tua força inabalável que me ensina a seguir em frente. É em ti que vejo a beleza da simplicidade, a resiliência em cada flor que desabrocha, em cada raiz que se aprofunda. E é contigo que aprendi que, mesmo após as maiores tempestades, há sempre espaço para o renascimento.

 

Em meio a tua vastidão, encontro espaço para respirar, para sentir, para me curar. Tu és o bálsamo que alivia a alma ferida, a companhia que me faz sentir menos só.

 

Com gratidão eterna, Silvia!

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