Carta para um Amor Tardio
Cartas | Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas. | Silvia Dos Santos AlvesPublicado em 23 de Julho de 2025 ás 22h 21min
Carta para um Amor Tardio
Você chegou quando a vida já tinha me ensinado a perder. Veio com seus medos silenciosos, e eu... com os estilhaços que aprendi a carregar sem fazer barulho.
Nos reconhecemos sem precisar de palavras. Foi como se nossas almas soubessem que já tinham se esbarrado antes, em algum lugar entre o que poderia ter sido e o que nunca foi.
Falamos sobre tudo tempo, promessas, lembranças, mas evitamos o que mais queimava por dentro. E rimos… rimos como quem usa o riso pra proteger o que resta. Cada gargalhada, uma tentativa de negar o vazio.
Na despedida, aquele abraço… demorado demais para ser apenas um gesto de amizade, e ainda assim, apressado demais para se transformar em amor.
Você foi embora. Ou talvez tenha ficado em mim — entre um suspiro e uma saudade que não tem nome.
Quem sabe noutra vida. Ou quem sabe a nossa história era feita só pra existir em pensamento.
Com carinho, alguém que quase te amou… completamente.
Livro: Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas.