Carta para um Amor Tardio

Você chegou quando a vida já tinha me ensinado a perder. Veio com seus medos silenciosos, e eu... com os estilhaços que aprendi a carregar sem fazer barulho.

Nos reconhecemos sem precisar de palavras. Foi como se nossas almas soubessem que já tinham se esbarrado antes, em algum lugar entre o que poderia ter sido e o que nunca foi.

Falamos sobre tudo  tempo, promessas, lembranças, mas evitamos o que mais queimava por dentro. E rimos… rimos como quem usa o riso pra proteger o que resta. Cada gargalhada, uma tentativa de negar o vazio.

Na despedida, aquele abraço… demorado demais para ser apenas um gesto de amizade, e ainda assim, apressado demais para se transformar em amor.

Você foi embora. Ou talvez tenha ficado em mim — entre um suspiro e uma saudade que não tem nome.

Quem sabe noutra vida. Ou quem sabe a nossa história era feita só pra existir em pensamento.

Com carinho, alguém que quase te amou… completamente.

Livro: Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas.

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