O que quero lhe dizer, caro leitor, é que apesar das pedras no caminho, manter nossa capacidade de reflexão e discernimento apurada nos difere de outras pessoas.

Tudo deve ser analisado calma e friamente, à luz da razão, à luz do dia. Deixe a noite apenas para o descanso do corpo e da mente.

Garanto-lhe que assim, contido o impacto da explosão (a nossa própria), ao acordarmos no dia seguinte, nossos problemas terão cedido em tamanho sob os primeiros raios solares. Não é mesmo?

Por vezes sentimo-nos como formiguinhas indefesas, fugindo do perigo assustadas, em busca de abrigo. E isso também é útil! O medo nos fortalece!

Palavras conselheiras, se bem ouvidas, nos salvam e protegem de muitos dissabores e frutificam e robustecem.

Além disso, somos sábios em potencial, indivíduos dotados de inteligência e autocontrole. Em teoria e à imagem do criador, somos criaturas perfeitas. Nenhuma mácula, nem mesmo um senão!

O ser humano, por natureza, é um eterno insatisfeito, um sujeito inacabado, incompleto. Se tudo lhe é um mar de rosas, queixa-se da monotonia. Se, ao contrário, há dias de tempestade e furacão, implora para banhar-se nas águas límpidas e cristalinas de um mar de calmaria. Necessitamos de equilíbrio!

Será que o universo conspira em nosso desfavor? Será verdade? Imagino que não!

Temos um destino traçado, pré-estabelecido no qual interferimos constantemente através de nosso livre arbítrio e das escolhas que fazemos.

Lei da semeadura. Lei do retorno. Ação e reação. Também creio nisso!

Respire, desarme sua alma, tenha um pouco mais de calma. Pensamentos. Indagações. Problemas. Respostas. Soluções.

Há no caminho, flor e espinho. Ambos são necessários. Ambos nos ensinam. Abismo e paraíso flertam incondicionalmente.

O que quero lhe dizer, caro leitor, é que o bom-senso deve prevalecer. Ele deve ser o guia de nossas ações.

E sob quaisquer circunstâncias há, no mínimo, duas opções, duas perspectivas, duas direções. Uma se refere a manter a situação como está, a outra implica em mudança.

As adversidades, os imbróglios e intempéries da vida não são meras provações. Ao contrário, os contratempos pelos quais passamos em nossa trajetória nos são próprios e refletem nosso estado d’alma, nossas frustrações, nossos anseios e acertos, nossas atitudes e convicções e, nos permitem crescer e melhorar, dando-nos apoio, sustentação, consolo, aprendizado e força.

Nas curvas do caminho, problemas surgem, menores ou maiores, recorrentes ou inéditos, fáceis ou mais difíceis de resolver e, sejam eles quais forem, habitam uma certeza: cedo ou tarde, inexoravelmente, não mais existirão e sua passagem possibilitará uma transformação intensa, de dentro para fora. Uma metamorfose que nos credenciará como pessoas mais fortes, menos vulneráveis, autoconfiantes a fim de lidarmos prudentemente com outros percalços e novos desafios.

Nas entrelinhas do caderno imaginário da vida sempre teremos ótimas leituras a realizar. Apure seu olhar! Ou troque os óculos!