Capitalismo selvagem
O ser humano, por si só
É o construtor das benevolências terrenas
E ao mesmo tempo, destruidor de nossas reticências.
Ele não coloca vírgulas no trator de suas ambições,
E nos remete ao caos da interrogação e das exclamações.
Usa do modo imperativo,
Para imprimir um papel com marcas d'água
Sem se importar com as aspas e os parênteses de nossas mágoas.
O egoísmo e a ambição, são aditivos para matar ou morrer,
Onde só existe motivações, da conjugação do verbo ter
As sílabas tônicas do discurso potente e inflamado
Atraem os mais carentes, que sofreram um grande hiato.
O homem que continua primata, na era paleolítica
Não conhecem limites
Nem acento na sua escrita
Falam o necessário para enganar
Usando muito pleonasmo
Figuras de linguagem pra citar
As regras de um novo ditado
E como vítimas recorrentes da sanha impiedosa de alguma cacofonia
Nos vemos introduzidos dentro de alguma piada pronta ou ironia.
Pálidos, parados e atônitos, aguardando a singularidade do plural
E quem sabe, escrevermos o próximo parágrafo, dessa saga, sem ponto final.
Poema construído, a partir da música, Homem Primata da banda Titãs.
ADAILTON LIMA