Capaz de eu morrer de felicidade

Poemas | Poema, prosa, verso e rosa | Noi Soul
Publicado em 20 de Setembro de 2023 ás 07h 44min

 

De tristeza, não!

Parece que estou vacinada

e, quando eu achei que não daria conta,

aguentei.

Reergui-me de buracos profundos

Limpei lama dos olhos

Minha face nem era eu

e não morri!

Chorei de cravejar o peito

Pesadelos com monstros tenebrosos...

É redundância, eu sei.

Mas preciso usá-la para explicar

o inexplicável

inexorável

mistério de viver

e não morrer de dor

ou agonia.

 

Talvez eu morra de felicidade

porque toda vez que meu coração festeja

ele revira-se como uma bola solta

num brinquedo de rampa

e eu quase tenho certeza

"É agora que vou morrer!"

 

Eu acho que a morte me beijará

em momento de puro êxtase

num festio, num desvario de alegria.

E, olhando assim,

Não será tão triste morrer.

Comentários

Que maneira poética de se encarar a negra morte!

Enoque Gabriel | 24/09/2023 ás 21:39 Responder Comentários
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