Cansei de regar espinhos,
Num jardim de sonhos findos,
Onde as flores não desabrocham,
E só a dor faz morada.
Reguei com lágrimas sofridas,
Esperando um milagre de vida,
Mas só espinhos cresceram,
No solo de amores perdidos.
Cada gota de esperança,
Escorreu entre os dedos meus,
Deixando apenas marcas,
De um coração que se perdeu.
Os espinhos rasgam a alma,
A cada tentativa vã,
De transformar o deserto,
Em um campo de manhãs.
Cansei de lutar contra o vento,
De plantar em terra ingrata,
Agora abandono este jardim,
Que só dor me relata.
Cansei de ser folha seca
Dissecada pelo sofrimento.
Quero ser folha viva
Exalar os mais belos sentimentos.
Deixo para trás os espinhos,
E sigo em busca de paz,
Que em outro lugar, quem sabe,
Uma flor verdadeira floresça.
Deixo para trás minhas dores,
Trilho confiante uma nova estrada.
Esquecerei todos os dissabores,
Nesta nova jornada.