Bolo de aniversário!

Oswaldo , um rapaz pacato, trabalhador, sereno, educado, tranquilo, muito responsável, tinha seus vinte e poucos anos quando se engraçou por uma jovem muito bonita, meiga, inteligente e muito prendada, pois trabalhava fora e quando chegava em casa ainda procurava o que fazer para ajudar sua querida mãe. Seu nome era Sofia.   

Começaram a namorar, porém, Oswaldo tinha um senão, não era um jovem requintado, desconhecia as regras de etiquetas sociais, mas aos poucos Sofia o introduzia nesse meio, entretanto era um rapaz de boa índole, honesto, educado, de bons princípios, isso agradava tanto a Sofia quanto aos seus familiares.     

        Certa noite, ele foi à casa de sua namorada para conversarem um pouco, trocarem ideias, assistirem juntos algum programa de televisão, quando Sofia descobriu ser dia de seu aniversário, então resolveu, de última hora, fazer um bolo para ele. Enquanto esperava, Oswaldo ficou na sala assistindo TV  com os primos dela, que haviam acabado de chegar, pois foram visitar seus tios e com eles tranquilamente conversava.

        Tendo passado em torno de pouco mais de meia hora, Sofia adentra à sala e traz consigo uma tigela e uma colher e diz “hoje vou fazer uma coisa especial”, entrega a tigela nas mãos de Oswaldo e disse que queria a opinião dele, se estava bom ou se precisava de mais ou de menos açúcar, coisas corriqueiras de quem prepara comida. Depois disso voltou para a cozinha. Oswaldo ficou a saborear aquilo que para ele era uma simples guloseima.

        É importante ressaltar que Oswaldo não levava em conta essa coisa de comemoração de aniversário, creio que deveria ser em virtude de seu vínculo familiar, que não ligava para assuntos dessa natureza, ao contrário de Sofia,  era  muito apegada às datas, tanto de aniversário, de todos os membros de sua família, dos parentes  e dos amigos, como as datas dos feriados do ano inteiro, dos dias santos, pátrios, inclusive sabia o dia de aniversário de outras cidades.  

        Dez minutos se passaram, o suficiente. Sofia, feliz, sorridente entra novamente na sala. Dirige-se a Oswaldo e pede a tigela e pergunta o que ele achou, se ficou a seu gosto, e ele, alegre,  disse que havia gostado, estava ótimo e disse ainda que, quando ela quisesse poderia fazer mais daquele doce a qualquer hora e entregou a tigela a em suas mãos. Sofia ficou estarrecida ao olhar para a tigela e disse com voz de choro: - “você comeu tudo, seu guloso, isso não era doce, era o recheio do seu bolo”!

        Aquilo serviu como a piada do ano. A gargalhada foi geral e a comemoração se deu com a canção “parabéns a você”, umas breves palmas e um bolo, sem recheio e sem vela!

        Diante da história, o que nos serve de lição é que não devemos responsabilizar os outros por aquilo que desconhecem.

        Antes de delegarmos missão a quem quer que seja,  é necessário saber se a pessoa domina o assunto e entendeu o que deve ser feito, caso contrário trará prejuízo para si e para terceiros.