Bicho do Paraná.
Paraná, Paraná
com seu dialeto próprio,
inspira este coração bocó,
que cansou de ficar só.
Se bolheia no amor
de olhos fechados,
nas tardes turvas,
encontra-se enamorado.
Loqueia à noite,
delira sem sono,
perdido no céu estrelado,
vendo bolas de momentos
ainda não vivenciados.
E segue loqueando
com o instante esperado—
quando ela chegar,
vai se arrebentar
nos braços dela.
Nos braços dela,
vai esquecer os dias turvos,
vai se perder no embalo do tempo,
sentir no peito um vendaval
e renascer em cada alento.
E então, capaz que o piá largue mão de ser bocó,
se ache todo bobo e fique bem loco,
soltando um “barbaridade!” no meio do chamego,
porque amar assim é coisa de bicho do Paraná.
Poesia Regionalista. Rose Correia.