As lágrimas dos olhos negros

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 05 de Março de 2024 ás 09h 21min

As lágrimas dos olhos negros.


Em silêncio, ouvia se a música, 
Envolvente, por detrás, dos pensamentos,
Calados de alguém, que amava mas não era correspondido.
Em silêncio as lágrimas caiam, 
Ele voltava - se para o espelho,
E dizia: - as lágrimas dos olhos negros.


Voltava tua cabeça baixa, para além das estrelas, e via o riso moroso das crianças,
De outros idiomas.
Que não entendia, porque chorava,
E a moça donzela, perdidas nos teus versos tristonho dizia,” as lágrimas dos olhos negros”.


Caia o outono, sobre as folhas das árvores, as matando em silêncio.
E em silêncio voltava a chorar!
Perguntando para as estrelas!
Onde está o menino? O menino, 
Das lágrimas dos olhos negros!


A noite descia, como uma fina névoa negra, sobre as cortinas do tempo.
Cobrindo discretamente, as lembranças do impiedoso inverno.
A menina repousava adormecida, em Lençois, de linho branco, sonhando
Com as lágrimas dos olhos negros.
Que caía, quase em silêncio!
Sobre o outono, que matava  nascia, e morria, 
Nas lágrimas dos olhos negros.
E num instante acordava sorrindo,
Para o universo.


Pergunta á ela, se sonhou com,
As lágrimas dos olhos negros?
Ele te responderá, que não! Que nunca!
Pois tuas lembranças, se foram nas lágrimas dos olhos negros.
Que morria, nascia e matava, em cada sonho secreto, coberto por pétalas de flores indianas.
Que caía no chão, bordado de outono.
Mas um dia ela se lembrará,
Ao ver escrito em algum poema,
De algum livro desconhecido, 
“ As lágrimas dos olhos negros”.
E recordará, que será ela, 
Que renunciará, tudo para a morte,
No vão das lágrimas dos olhos negros.

 

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