As Horas que Não se Vêem
Poemas | 2025 - Antologia Djordana Cecilia Bombarda e Convidados | TALUANE BARROS DA SILVAPublicado em 12 de Outubro de 2025 ás 16h 29min
Entre o nascer e o pôr, há um fio que se estende,
tecido em gestos miúdos, invisíveis ao olhar.
A casa respira no compasso das horas,
um coração que pulsa em silêncio.
Há vozes que chamam de todos os cantos,
nomes que ecoam dentro do peito,
e o tempo, esse velho artesão,
modela os dias em cansaço e ternura.
Nos olhos, uma bruma de sonhos interrompidos,
nas mãos, a poeira e o abrigo.
O sol insiste, mesmo quando o corpo cede,
e o amor, teimoso, refaz o passo.
Deixa o próprio ninho para aquecer o de outros,
ensina sorrisos enquanto o seu espera,
e o mundo passa sem notar o preço
de quem floresce no chão da ausência.
Nem sempre há aplauso, nem testemunha
apenas o murmúrio das coisas que vivem.
Mas no meio da exaustão, uma centelha:
ser inteira, mesmo quando falta ar.
Comentários
Uma boa reflexão!
Lorde Égamo | 12/10/2025 ás 19:22 Responder Comentários