As aventuras de Bruce

        Olá, amiguinhos! Eu sou o Bruce. Tenho três anos de vida e muitas aventuras para contar a vocês.

        Tenho pelo branco com algumas manchas pretas. Meus olhos são verdes bem clarinhos. Gosto muito de um sofá e não dispenso um colinho. Como muita ração, mas um gole de leite eu não recuso não.

         Eu fui adotado ainda muito pequenininho. Vocês não vão acreditar! Minha dona não me escolheu como primeira opção. Ela olhou para a ninhada, éramos seis, e escolheu logo o meu irmão que era, praticamente, preto com algumas manchinhas brancas. Ela estava decidida a levar apenas ele. Foi quando a dona da casa onde eu nasci, insistiu para que ela escolhesse mais um.  Então, depois de olhar todos os meus irmãozinhos, ela resolveu me levar também.

       Meu irmão recebeu o nome de Thor e eu Bruce. Como éramos dois filhotinhos, recebemos muitos cuidados e, praticamente, ficávamos o tempo todo dentro de casa para que não fugíssemos e assim, fomos crescendo muito bem. Dormíamos, comíamos, brincávamos. Tudo era festa.

      Uma noite porém, Thor saiu e não voltou mais. Fiquei muito triste. Perdi meu irmão, meu amigo, minha companhia. A partir de então, eu que já era muito bem cuidado, passei a ser o centro das atenções da minha dona e também do filho dela. Vocês não imaginam o quanto eu amo esses dois! E tenham certeza, eu também sou muito amado por eles.

      Passo os meus dias no bem-bom e as noites, melhor ainda.

     Gosto muito de rolar na terra para o desespero da minha dona, pois volto para casa marrom e ela não acha nenhuma graça nisso. Sou muito enjoado também. Só tomo água se for no chuveiro. Chego na porta do box, olho para cima e começo a miar. Então minha dona já sabe: precisa largar tudo o que está fazendo, ligar o chuveiro e deixar correr um pouco até ficar água no chão. Ela desliga o chuveiro, sai e eu fico lá, enchendo minha barriga com aquela água limpinha e fresquinha.

       A base da minha alimentação é  ração, mas não sei se vão acreditar. Adoro brócolis, mamão e melão.

       De vez em quando eu consigo caçar um passarinho. Não faço isso por maldade. É coisa da minha natureza, mas sei que isso deixa minha dona brava, muito brava. Ela não gosta que eu caço passarinhos. Sabem por quê? Porque eu os levo para debaixo da cama. Lá eu os como e faço aquele esparramo de penas. Assim que ela vê, fica ralhando comigo, dizendo que isso é muito feio.                                                Outra coisa que eu gosto muito de fazer e ela      desaprova totalmente, é dormir em cima da geladeira.

        Nem tudo é festa, bagunça e calmaria. Já passei por alguns sufocos! Para eu não fugir, minha dona resolveu me castrar. Até aí tudo bem. Mas com o tempo eu comecei a ficar com dificuldades para fazer xixi. Fui levado novamente à clínica para fazer um procedimento muito dolorido. Resolveu por uns tempos, mas acabei ficando doente de novo. Então passei por outra cirurgia. Quanta dor!  Achei que eu não iria sobreviver, mas como os    gatos têm sete vidas, aqui estou Vivinho da Silva!

         Sabem, eu poderia escrever um livro, narrando minhas aventuras de gato. Sim, eu sou um gato! Não disse isso claramente, mas sei que vocês souberam disso desde o início dessa história.

          Pois é, eu sou o gato mais feliz, mais amado e mais bem cuidado aqui das redondezas.

          Durante o dia eu fico dormindo debaixo da cama da minha dona. Assim que ela abre o portão eu corro até à porta para recebê-la.  No final da tarde, ela senta no sofá ou na cadeira para tomar seu chimarrão e comer algum petisco. Eu vou me aproximando, como alguém que não quer nada. Deito minha cabeça no seu pé e fico ali ronronando. Ela sempre acaba me dando um bocadinho de tudo que ela come.

         Vocês não imaginam como sou feliz na companhia dela. Por isso dou meus passeios noturnos e sempre acabo voltando para o aconchego do meu doce lar.