Ó Luar, que iluminas a noite serena,   

Com teu manto de prata a brilhar,   

Que trazes consigo a doce Imanência,   

Dos segredos que a brisa vem sussurrar.   

Nas sombras dançam as árvores antigas,   

Sussurros e risos do povo encantado,   

A lua é guardiã de histórias e vidas,   

De amores perdidos, de sonhos calados.   

Ó Mistério do Luar, que tece destinos,   

Nos campos, nos rios, nas ruas vazias,   

Teus raios refletem os anseios divinos,   

E trazem a calma nas noites frias.   

Vejo meninas a fazer desejos,   

Co lêndias ao vento em plena alvorada,   

E a luz que penetra nos mais profundos beijos,   

Dá alento à alma que estava cansada.   

Nos céus, as estrelas te fazem companhia,   

Cintilam com força, em um bailado sutil,   

Enquanto a lua, com sua sabedoria,   

Ilumina os caminhos do coração febril.   

Ó Luar, que te escondes em nuvens densas,   

De repente surgindo, qual fada em sonho,   

Estás nas memórias, em suaves crenças,   

Carregando os ecos de um tempo risonho.   

Os poetas te falam em versos de amor,   

Os sábios te ouvem em silêncios profundos,   

Teu mistério é fonte, é fervor,   

Que move os mortais em seus mundos fecundos.   

A noite, em festa, se enche de encanto,   

Teus raios abraçam a terra sem fim,   

E tudo se torna um sonhar tanto,   

Um sussurrar doce de um amor sem fim.   

Ó Luar, quem poderia decifrar,   

As cartas que lançam os amantes ao céu?   

Teus feitiços são como o vento a passar,   

Levem consigo o aroma do mel.   

Assim, nas noites, sob o teu olhar,   

Nos perdemos em danças, em versos, em rimas,   

E o Mistério do Luar, para sempre a brilhar,   

Nos ensina que a vida é feita de rimas.