Armadilhas
Nem toda luz é farol.
Algumas brilham só pra cegar.
Nem todo abraço é abrigo.
Alguns apertam só pra prender.
Há caminhos que parecem certos
porque são fáceis,
porque são bonitos,
porque dizem o que a gente quer ouvir.
Mas no fundo,
são atalhos pra se perder.
Já caí em promessas suaves,
em palavras doces demais,
em silêncios que gritavam perigo.
Hoje, aprendi a escutar o que não é dito,
a sentir o que não é mostrado,
a dizer “não” mesmo quando o coração treme.
Porque viver é também
desviar das armadilhas
sem perder a fé no caminho.
Silvia Santos