AQUELA INFÂNCIA

Poemas | Antologia Lia Reis e convidados: As fases da Vida | Magno Assis
Publicado em 10 de Setembro de 2024 ás 20h 02min

AQUELA INFÂNCIA

 

 

 

Aquela casa não existe mais

Ninguém mais verá

Suas paredes, pintadas de nuvens,

Pau a pique

Seus esteios pintados de céu

Seu piso de tabuas rústicas

E terra batida

E o fogão de lenha sempre acesso

Tudo muito limpo e bem cuidado.

Essa casa não existe mais!

 

O menino louro não existe mais!

Descalço, andar trôpego, sem camisa

Livre como qualquer bicho do mato

Esse menino que não conhecia

Preocupações, presente, futuro

Só os brinquedos rústicos

Feitos de latas de sardinhas

Retroses e muita imaginação.

Esse menino não existe mais!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mesmo não existindo mais

Esse menino ainda visita

Essa casa

E nesses momentos, nos olhos do adulto,

Desce uma cachoeira

Como se fosse a cachoeira do Caxambu

Tanta água não afoga as magoas

Deixa-as mais vivas e presente

Com um olhar perdido

No passado

Tão distante

E presentemente perto

 

 

 

 

 

 

 

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