Começa a vida como tela em branco
Um livro nu sem palavra
Uma seara sem lavra
Um motor sem um tranco
Nascemos como uma vontade
Escrevemos e pintamos
O que vivemos e sonhamos
Furtos d'aquarela da eternidade
Tão poucos e tão preciosos
Nossos dias são finitos
A alma quer mares infinitos
Onde banhar seus dedos ciosos
Enquanto tudo causa assombro
Deslinda fluida nossa jornada
Crescente a excitação arrebatada
Por tudo a frente e atrás do ombro
Andamos sós... até que sem querer
Nossa pintura encaixa noutra
Nossa escrita rima com outra
E olhares se cruzam e vão se perceber
Tua escrita completa quem sou
E termina minha estória...
... E começa nossa estória
Quando, sincero, teu olhar me iluminou