Apópis
Poemas | 2024/1 - Antologia Versos da alma: uma jornada poética coletiva | Nicolas RosaPublicado em 21 de Janeiro de 2024 ás 21h 58min
O revolucionário escreve apressado,
artigos sobre uma revolução que nunca vem,
sobre uma ameaça fascista que está eternamente há centímetro,
De engolir todas praças e mercados.
O empreendedor fala esbaforidamente,
Sobre a importância de sempre não ser mais um,
Sobre uma inovação que vai mudar os players de lugar,
Ainda que quem seja rico com satélites e fibras óticas hoje,
Seja exatamente quem foi rico com ferrovias e salsicha enlatada no século passado.
O mundo muda rapidamente,
Mas já não há muito
que um Thomas Edison,
um Jesse Owens,
um Bruce Lee,
Possam fazer de diferente.
A era de Gilgamesh,
Sansão e
Siegfried já passou.
Taylor,
Toyota,
e Stakhanov pouco podem fazer
Para mudar esse curso.
Cada um de nós
Não está vivendo mais,
Está se exercitando mais
Pelo puro prazer do exercício.
Diante disso,
Nos cabe algo nessa selva,
De plástico e silício?
Cabe sim:
Aproveitar aos poucos,
Candidamente,
Tudo que não for mágoa nem suplício.