Aos gatos da minha vida
Cordel | Sou Bichológico | Elidiomar Ribeiro da SilvaPublicado em 20 de Janeiro de 2024 ás 22h 36min
Foi ainda na infância
Que isso tudo começou
Um gato chamado Waldo
À família conquistou
Era grande caçador
Que tristeza, muita dor
Meu amigo alguém pegou
Um bom tempo se passou
Manchas pretas ela tinha
Contrastantes com o alvo
Muito linda a gatinha
Foi bem mais do que um pet
Apelido: Elizabeth
Lili, uma frajolinha
Em um tempo muito bom
Bons amigos pela rua
Gato tem que ser de casa
Essa é verdade crua
Eram cerca de quarenta
Com comida farturenta
Mil miados para a Lua
Era bom, era ruim
Frustração por não poder
Chamar todos os quarenta
Para em casa acolher
Uma rua esburacada
Não devia ser morada
Mas não tinha o que fazer
Todos eram bem queridos
Uns e outros, pouco mais
Bem difícil nomear
Vou agora contar quais
O Frankinho era um
Velho Frank, incomum
Adoráveis comensais
Leleca desmiolada
Tinho, um gato charmoso
Pedrinho, o Little Peter
Que felino mais dengoso
Preto e branco, o Vasquinho
Igual ao Botafoguinho
PH, o poderoso
PH é caso à parte
Demandou alguns cuidados
Era tipo o rei da rua
Reis também são derrotados
Recolhido à carceragem
Ficou preso na garagem
E sarou os machucados
Nova casa, nova vida
Os caminhos bifurcaram
Um adeus com emoção
Aos amigos que ficaram
Dipsy, gato valete
Filho de Elizabeth
Mãe e filho nos deixaram
De um pelo tão bonito
Entre cinza e azulado
Quem o visse, impossível
Não ficar admirado
Oliver tinha apelido
Oliovaldo, querido
Será sempre bem lembrado
Emoção agora é forte
O bagulho ficou sério
Cinco são especiais
Eu não vou fazer mistério
Conto nos dedos da mão
Ocuparam nosso chão
Proclamando um império
Com um porte de nobreza
Na calçada encontrado
Peter, bem mais que um lorde
Um felino magistrado
Foi nosso maior regalo
Aqui, cantava de galo
Rei dos gatos coroado
Com Peter atravessamos
Três moradas diferentes
E vivemos aventuras
De doídas a contentes
Sempre parte da família
Dono da nossa mobília
Monarca sem concorrentes
Peter o Gato nos trouxe
Um amigo das jornadas
Wilson, gato guerreiro
Adotou as almofadas
Garras como de metal
De Adamantium e tal
Mas que unhas afiadas!
Marcas da vida mundana
Ele veio aqui curar
Elegeu como descanso
Nossa casa, nosso lar
Dói não o ver na estante
Seu cantinho relaxante
Saudade não quer passar
Wilsão e Peter o Gato
(Por favor, só 1 segundo)
Dois queridos, fazem falta
Em sentimento profundo
Bem conforta um pouquinho
Saber que o céu dos bichinhos
É melhor lugar do mundo
Em uma quinta urbana
Um Jedi foi encontrado
Batizado como Luke
Lá onde foi adotado
A Força realinhou
Anakin aqui chegou
Sim, o nome foi trocado
Gato forte como rocha
Oito quilos de poder
Expressividade ímpar
Mal humor de entreter
Anakin é engraçado
Poucas vezes, animado
Ao sono já vai ceder
Deu à luz quatro gatinhos
Lá na serra uma gata
Um mais lindo que o outro
Como cifras de sonata
Quase todos adotados
Restou um, tão esperado
Logo o mais acrobata
De Odin foi batizado
Como o pai da trovoada
Seu Pequeno, apelido
Simpatia destacada
É o alfa do gatil
Um amigo bem gentil
De expressão bem avoada
A bolinha bem peluda
Que na Fundição corria
Quando ganhou novo lar
Fez a nossa alegria
Xará do deus da trapaça
Mas jamais fez ameaça
Loki, a mais nova cria
Pernas curtas, pelo farto
Seu afeto é cultivado
É nosso Bola de Pelo
De jeitão bem reservado
Loki já está aqui
Mas antes estava ali
Frente ao ar condicionado
Anakin, Odin e Loki
Cada qual tão diferente
Honram nossa tradição
Todos dormem com a gente
Anakin é um glutão
Odin foge do trovão
Loki não bate de frente
Perto do norte da África
Esta história começou
Já tem mais de dez mil anos
Que o gato adotou
Nossa casa como lar
Nossa vida como par
O gatinho ronronou
Findo a minha versão
Do amor enovelado
Do Felis silvestris catus
Com o macaco-pelado
Versado com emoção
Narrado do coração
Em lágrimas encharcado
Este cordel é do gato
Mas podia ser de mais
Uma justa homenagem
A todos os animais
Do cachorro ao cavalo
Do papagaio ao galo
Gratidão nunca é demais