AOS FILHOS DA TERRA
Quando chegamos aqui já estavam
Viviam em aldeias, hoje alojamentos
Pelas matas se embrenhavam
Arcos e flechas empunhavam atentos
Caça e pesca eram seus sustentos
Traços indígenas nos corpos pintados
Felizes seus costumes festejavam!
Aos poucos foram se evadindo
Seu torrão a força sendo tomados
Pelas doenças se contaminando
Seus povos aos pouco dizimados
Tradições milenares sendo perdidas
No silêncio do passado esquecidas
Algumas extintas, tudo acabado!
Eles parecem semelhantes
Mas, existem muitas diferenças
Com suas culturas pertinentes
Língua, rituais e suas crenças
Arte, política e meio ambiente
Fazem dos indígenas nossa gente
Uma diversidade e não tipos de raças!
Hoje lutamos pela sua inclusão
Um desafio de teor internacional
Inserindo-os na sociedade de informação
Erradicando a discriminação social
Educação, cultura e desportos
Crescimento e ciência aos seus povos
Diretos a sua propriedade intelectual!
Ser índio ainda no nosso Brasil
É conviver com a desigualdade
E conviver com preconceito hostil
Tentando afirmar sua identidade
Falar ‘mim’ ainda é coisa de índio
Dezenove de abril que dia lindo
Para reflexões da sociedade!
Ser índio é ser destemido, guerreiro
Defendendo a sua pátria amada
Ser índio, negro, branco ou amarelo
Puro ou de outra etnia miscigenada
É ser parte desta história com zelo
Orgulho de ser o primeiro brasileiro
É ser filho desta terra abençoada!
Rondon foi um dos seus defensores
Criando na época grandes reservas
Um dos seus maiores protetores
Pois, só eles sabem os mistérios das florestas
Nossos índios são fiscais da natureza
Vidas que lutam em prol da defesa
Desta pátria, destes povos, destas selvas!
Edbento!
Comentários
Parabéns pelo poema-denúncia! Foi o que fizeram aos ancestrais, nativos da nossa terra. Dizimaram-nos, estupraram as mulheres, fizeram-nos escravos e tomaram as suas terras!
Enoque Gabriel | 25/08/2023 ás 18:55 Responder Comentários