Antes de você, eu era a água que descia o percurso do rio sem desviar.
Antes de você, o riso era preso, sem graça. Eu era apenas a mulher moldada por sutilezas e padronizada por imposições.
Antes de você, faltava-me expressão na implacável dureza de ser a mulher fabricada pelos excessos descabidos e formalizados da sociedade.
Tinha muito a falar, mas fui silenciada.
Havia vontade de viver, mas não tinha permissão.
Antes de você, circuncidaram meus desejos, proibiram o gozo.
Depois de você: o riso solto, o gozo, a fala, a permissão para ser feliz.
Te encontrei e, agora, também sou poesia.

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