Se o amor em nós é chama acesa,
por que a dor insiste em me tocar?
Se és abrigo, luz, delicadeza,
por que meus olhos vivem a chorar?
Te amo em verdade, sem medida,
e ainda assim me sinto em solidão.
Há dor até na flor mais colorida,
quando se aperta demais o coração.
Seria o destino, em cruel ironia,
a nos unir com gosto de partida?
Ou será que o amor, em sua poesia,
traz também espinhos na própria vida?