AMIGOS INESQUECÍVEIS

Cordel | Josivaldo Constantino dos Santos
Publicado em 21 de Agosto de 2023 ás 16h 24min

AMIGOS INESQUECÍVEIS                 

Falarei de um sentimento

Que une qualquer idade

esteja perto, ou esteja longe

Aqui e na eternidade

Sentimento valioso

Que se chama amizade.

                   

Anos setenta e oitenta

No meu tempo de guri

Conquistei muitos amigos

Que jamais eu esqueci

Com eles em Mirassol

Maravilhas eu vivi.

 

Eu era muito menino

Repleto de altivez

Eu cheguei naquela Gleba

Fui pela primeira vez

Eu jamais me esqueci

Era em setenta e três.

 

Convivia com os jovens

Pioneiros de verdade

Aquela Gleba até tinha

Um jeitinho de cidade

Tudo o que ocorria ali

Era envolto em amizade.

  

Era uma grande família

Esforçada e muito unida

Se pensava em produzir

Em benefício da vida

Entre todos do lugar

Amizade é garantida.

 

De dia muito trabalho

Uma canseira danada

Mas a tarde se encontravam

Amigos e camaradas

Pra jogar conversa fora

E tomar umas geladas.

 

E durante a cervejada

Surgia a combinação

Para no fim de semana

Fazer um bom churrascão

Reforçando as amizades

Aumentando a união.

 

 

 

Os meninos e meninas

Viviam aquele lugar

Se envolviam em tudo

Pareciam adivinhar

Que ali seria o berço

Pras famílias desabrochar.

 

Lá no salão do cinema

Acontecia o bailão

As quermesses na Igreja

Repletas de emoção

Era assim a nossa vida

Com trabalho e diversão.

 

A cidade se erguia

Com trabalho e com esmero

Embalados por um sonho

Por ideal verdadeiro

Pelo espírito de união

Desse povo pioneiro.

 

Os Mendonça e Molon

Também os Martins da Costa

Cesário da Cruz e os Greves

Que no progresso aposta

Raia, Tolon e Tolló

Nenhum deles se encosta.

 

Os Bragas, Cruz e Tavares

Durigam e o Viana

Freddi e também Dalla Costa

Grupo de gente bacana

Zimmermann e Marquioreto

Pessoas de muita gana.

 

Mazeto, Silva e Silveira

Os Nogueiras e Sippel

Serrano e Paiva também

Trabalharam prá dedéu

Para fazer dessa Gleba

Um pedacinho do céu.

 

Os Cezários e Navarros

Castilhos não ficam atrás

Com os Prazeres Martins

Petini e muito mais

Juntamente com o Cunha

Trabalharam por demais.

 

Alexandre dos Santos, Marques

Da Mata, Tamandaré

Pereira Leite, Ribeiros

Pessoas de muita fé

Estavam sempre presentes

Para o que der e vier.

 

Com o Prado e Pinheiros

Povo sensacional

Pincerato, Gomes e Gedro

Junto com os Amaral

Me lembro que atuavam

Na farmácia e no hospital.

 

Não esqueço o Clementino

E meu cunhado Serafim

E minha irmã Alaides

Pessoas próximas a mim

Junto com seus quatro filhos

Uma alegria sem fim.

 

Sá Pereira e Cumini

Dantas, que grande saudade!

Formighieri, Medeiros

Amigos de mocidade

Com Bezerra e Oliveira

Se completa a amizade.

 

Carvalho, Rocha Oliveira

Família em que nasci

Muito tempo se passou

Mas de ninguém esqueci

Amizade verdadeira

Como essas nunca vi.

 

São muitas nossas histórias

Os bailes, as galinhadas

Festas dançantes nas casas

Nos bares e churrascadas

Pescarias com os amigos

Bebidas e farreadas.

 

Serenatas com Chaguinha

Camilo, Heleno e Fordinho

O violeiro Martim

Flávio e o amigo Paulinho

Muitas festas entre amigos

Dentre eles o Carlinho.

 

Mesmo distante eu cultivo

O prazer dessa amizade

Lembro do Padre Thiago

Que deixou muita saudade

Que em todos inspirava

A fé e a fraternidade.

 

Uma Igreja estrelada

Que com certeza brilhou

No caminho de muita gente

Foi a herança que deixou

Foi lá que minha irmã Kika

Com o Pedro se casou.

 

Muitos amigos também

Nesta Igreja foram casar

E neste lugar sagrado

Eu também fui começar

A minha linda família

Pra minha vida completar.

 

Lá casei com minha esposa

Minha preciosidade

Vieram as duas filhas

Que eu amo de verdade

Ao falar de minha família

Me encho de vaidade.

 

Povo unido e determinado

Pensou no futuro ali

Logo chegou mais parceiros

Para a cidade surgir

Porém antes veio um clube

Pra gente se divertir.

 

O clube era o Bandeirante

Onde íamos festejar

Muitos bailes, muitas bandas

Muita gente pra dançar

Com carnavais cativantes

Blocos a fantasiar.

 

 Junto com Nilza e Maria

E outros que tinha por lá

Organizava fantasias

E um nome pra juntar

Só sei que era tanta gente

De nomes não vou lembrar

 

A Dilma e a sua turma

Não paravam de agitar

De Filhos do Sol se vestiam

E iam pra pista pular

E todos se divertiam

Até a banda cansar.

 

 

 

Lembro do primeiro ano

De festa no Bandeirante

Marquinhos no fusca azul claro

Amarrado um autofalante

E eu com um microfone

Anunciava a todo instante.

 

“É carnaval mirassolense

Venham todos festejar

São quatro dias de momo

Que o Bandeirante vai dar

Carnaval setenta e cinco

Cheguem e vamos pular”

 

 O point desta cidade

Era o Everest Bar

Quem gostava de alegria

Se encontrava sempre lá

Isso antes das conquistas

Que já estavam pra chegar.

 

Veio a emancipação

E a luz elétrica também

Com a cidade iluminada

O progresso logo vem

Surgem perto da Igreja

Mais bares pro nosso bem.

 

Os encontros com os amigos

Continuou sem cessar

Aumentaram os lugares

Pros amigos se encontrar

E a gente sempre ia

Se reunir no Glaucá.

 

Depois o Clube de Campo

Japuíra que emoção

Muitos bailes animados

E muita recreação

Aos sábados e aos domingos

Era certa a diversão.

 

Depois veio a AABB

Com piscina e futebol

A sinuca divertia

Da manhã ao por do sol

Era o lugar preferido

Do povo de Mirassol.

 

Porém esta animação

Não era tudo o que havia

Havia muito trabalho

Na cidade que crescia

E lugares da redondeza

O seu exemplo seguia.

 

A cidade foi crescendo

A história prosseguiu

Uns amigos lá ficaram

E outros de lá saiu

 Da amizade pelo outro

Ninguém jamais desistiu.

 

Dentro do próprio estado

Alguns de nós foi morar

Uns pra Rondônia, São Paulo

E também outro lugar

Mas amigos que se amam

Um dia vão se encontrar.

 

Paulinho, amigo sensível

Que nunca perde a esperança

Dá ouvido aos sentimentos

De sentir nunca se cansa

Faz uma festa animada

Pra reviver as lembranças.

X

Um grupo de Zap Zap

O amigo Heleno criou

Pra reunir os amigos

E tudo funcionou

Pra reviver nossa história

Um grande encontro marcou.

X

Esse encontro reaviva

Todas nossas emoções

E junta no mesmo lugar

Gente de vários rincões

Que manteve essa amizade

Dentro de seus corações.

 

Meus amigos eu lhes digo

Com carinho e seriedade

Todos moram em meu peito

São amigos de verdade

E digo em alta voz

VIVA A NOSSA AMIZADE!

 

(Poema encomendado pelo prof. Adil de Oliveira em 15/11/2016 para ser recitado no encontro com seus amigos de infância em Mirassol D’Oeste- MT)

 

Comentários

Um enredo descreve a história e o poeta transforma em rima e verso o sentimento confesso de amizade! Valeu Josivaldo Constantino!!!

Adil de Oliveira | 21/08/2023 ás 19:10 Responder Comentários

Parabéns prof Josivaldo pelo belo trabalho… meu irmão com toda a sua sensibilidade conta a história de uma amizade que envolve trabalho, companheirismo, cumplicidade e muitas alegrias e vc com sua veia poética e competência dá o tom na literatura de cordel!

Alaides A Mendieta | 21/08/2023 ás 21:50 Responder Comentários

Lindo poema,uma grande emoção tomou conta de mim ao ler os sobrenomes das famílias...recordar é viver parabéns para o amigo Adil e para o poeta escritor

Aparecida Dida Pereira | 21/08/2023 ás 22:12 Responder Comentários

Amigos a gente guarda no peito. Por seu versejar o poeta os guarda com maestria!

ENOQUE GABRIEL | 25/08/2023 ás 10:21 Responder Comentários

Que lindo! Lembranças e mais Lembranças

Liliane | 26/08/2023 ás 22:55 Responder Comentários
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