“Amigo de Cachaça”

Poemas | 2025 - Antologia Gilmair Ribeiro da Silva e Convidados | Marlete Dacroce
Publicado em 30 de Dezembro de 2025 ás 16h 46min

“Amigo de Cachaça”

Ele ri com você no copo cheio
Bate no ombro, chama de irmão
Enquanto a mesa está farta
A amizade parece mão com mão.

Mas o amigo de cachaça não é amigo
É cúmplice da própria queda
Quando a dor chega sem aviso
É o primeiro a apontar o dedo e condenar.

Enquanto há bebida, há risada
Quando falta o chão, ele some
Com só um real no bolso
Geladeira vazia, dor, nome, fome.

Na hora do remédio que falta
Do prato que não vem
Ele vira estranho
Finge que nunca esse alguém.

Não conte com quem só aparece
Quando a mesa for de bar
Hoje te chamam de parceiro
Amanhã, de fracassado, sem olhar.

Na hora da luta, a verdade grita:
A maioria foge sem olhar pra trás
Porque amigo de verdade não some
Fica mesmo quando tudo se desfaz.

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