O poeta não é um ser delirante tresloucado,
mas um alquimista da linguagem, um tradutor dos silêncios,
alguém que escuta o que o mundo grita por entre fendas invisíveis.
Não foge da realidade, ele a decanta, a reconstrói,
a veste com túnicas de imagens, metáforas e presságios.
O poeta não está à deriva, ele navega por mares interiores,
onde os mapas são feitos de memória, ferida e esperança.
Seu olhar não se perde: mergulha.
Sua fala não é confusão: é abismo organizado,
é caos transmutado em beleza.
Chamam-no de louco os que temem a lucidez embriagada da arte.
Dizem que delira, quando na verdade vê demais,
vê o que está por trás da palavra,
sob a pele da história,
nos poros do tempo.
O poeta não delira: decifra.
Não se perde: expande.
Não grita: revela.
E mesmo quando silencia,
fala alto em quem ousa sentir.
Comentários
"O poeta é a luz dos cegos". É a arte transformada em realidade.
Isabela Lima | 14/06/2025 ás 14:33 Responder Comentários