Alquimia do Silêncio

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 12 de Junho de 2025 ás 13h 33min

O poeta não é um ser delirante tresloucado,

mas um alquimista da linguagem, um tradutor dos silêncios,

alguém que escuta o que o mundo grita por entre fendas invisíveis.

Não foge da realidade, ele a decanta, a reconstrói,

a veste com túnicas de imagens, metáforas e presságios.

 

O poeta não está à deriva, ele navega por mares interiores,

onde os mapas são feitos de memória, ferida e esperança.

Seu olhar não se perde: mergulha.

Sua fala não é confusão: é abismo organizado,

é caos transmutado em beleza.

 

Chamam-no de louco os que temem a lucidez embriagada da arte.

Dizem que delira, quando na verdade vê demais,

vê o que está por trás da palavra,

sob a pele da história,

nos poros do tempo.

 

O poeta não delira: decifra.

Não se perde: expande.

Não grita: revela.

E mesmo quando silencia,

fala alto em quem ousa sentir.

 

Comentários

"O poeta é a luz dos cegos". É a arte transformada em realidade.

Isabela Lima | 14/06/2025 ás 14:33 Responder Comentários

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