Águia em ninho de coruja
Vim a este mundo com espirito livre
Queria bem alto voar
Mas a mãe natureza por um momento de incerteza
No ninho de coruja me deixou
Ali nasci e coruja me tornei
A noite era tormento vivia em alerta, vigilante
Sentia-me diferente aos irmãos
Eu queria o céu cruzar.
A certeza de que coruja não queria ser não
Reprimida ensinada dia após dia
Isso não pode!...
Aquilo não pode não!
As gritarias de coruja me atormentavam
Então fugi querendo me encontrar
Passei por lugares áridos difíceis de travessar
Até que cheguei a um abismo
Dali queria me jogar
Era o fim
Mas a fênix do fim recomeça
Foi quando me senti me vi
No alto planando, me reconheci
As penas de coruja endurecida
Uma a uma arranquei
Aos poucos fui me renovando
Para lá no alto estar
Uma trajetória longa a cumprir
Arrancar as garras o caminho seguir
Uma dor que não cessava
Mudar dói é como arrancar a carne dos ossos
A guerreira suporta para evoluir
Quando a dor é inevitável, o sofrimento pode ser opcional
Essa águia é determinada aceita as dores.
Para a leveza da alma
Bate forte contra as rochas se necessário for
Jamais desisti dos raios e das tempestades
Alma livre supera
Se refaz, renasce em um instante
De coruja a águia em sua plenitude.