Acho que não sou daqui
Como vivemos estranhamente...
Fazendo julgamentos apressados
Mentindo friamente
E as pessoas nem sabem de que foi acusado.
Como vivemos estranhamente...
Vendo quem não tem chance, morrer
Sem enxergar nada a sua frente
Nem oportunidade de viver
Como é estranho nossa cegueira
Só vemos o que nos é conivente
Só enxergamos nossa própria trincheira
E os desprotegidos que sejam os pacientes.
Como é estranho a trave que nos cega
E que de vez em quando se abre
Na zona de conforto de uma brecha
E logo se fecha, por conta do entrave
Como é estranho o egoísmo, a vontade de ser ruim, a maldade e o prazer de delinquir.
Parece que sou um intruso, perdido em um mundo avesso,
acho que não sou daqui.
ADAILTON LIMA