O que virá, não cabe em meu querer,
Nem mesmo o sol decide onde brilhar.
O que é meu, no peito há de crescer,
E o que se foi, aprendi a soltar.
Se o tempo escoa e leva o meu prazer,
Que leve! Pois já sei me equilibrar.
O mundo gira e torna a refazer
As ondas que me vêm desafiar.
Aceito cada dor que a vida dá,
Não como fardo ou cruz a carregar,
Mas como lição, que em mim ficará.
E assim caminho, forte a esperar,
Pois sei que a alma leve seguirá,
No que for meu, no que há de chegar.