Abraço do mar
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 04 de Novembro de 2025 ás 09h 43min
As ondas do mar me envolvem,
em um abraço fresco e salgado,
cada gota é uma história,
cada onda, uma memória
que dança sob o olhar generoso do sol.
Me perco no murmúrio da espuma,
no sussurro suave da brisa,
a voz do mar que me chama,
como se soubesse o peso do mundo
que trago em meu peito.
Sinto a areia fina entre os dedos,
um caminho de pequenos tesouros,
cascalhos, conchas, fragmentos de vida
que o mar rejeita e oferece ao meu toque,
um presente eterno das profundezas do azul.
A luz do entardecer se derrama,
um manto dourado sobre as ondas,
momentos capturados em reflexos,
uma pintura em movimento,
a beleza da impermanência.
As gaivotas dançam no céu,
traçando arcos invisíveis,
cantando canções de liberdade,
e eu, aqui em pé,
espero por um pouco de seu voo.
O mar é uma canção que se repete,
um ciclo de abraços e despedidas,
mas sempre me acolhe,
como se cada chegada
dissesse: você pertence.
A espuma se dissolve em risos,
as ondas adormecem em carícias,
e eu escuto o eco de um chamado,
meu coração como um barco à deriva,
navegando entre os mistérios do horizonte.
Como o mar, eu sou profundo,
capaz de tempestades e calmarias,
guardando segredos em cada golpe,
a força invisível que também empurra,
que encerra meu ser em sua dança.
E ao anoitecer,
quando as estrelas começam a brilhar,
sinto que o mar e eu somos um,
uma sinfonia de ecos suaves,
um lar na vastidão da existência.
As ondas do mar me envolvem,
num ritmo constante de vida,
me fazem lembrar que tudo é fluxo,
que a dor e a alegria,
são apenas diferentes ondas que vêm e vão.
E assim, deixo que me guiem,
as correntes do vasto oceano,
cada onda, um novo despertar,
cada retorno, uma promessa,
de que, no fim, sempre há um retorno.