ABENÇOADO HIPNOS

Poemas | Iziz De Andrade
Publicado em 12 de Setembro de 2022 ás 23h 03min

A alma tem hora de expandir

E hora de se encolher

A hora de despertar

E hora de se perder

 

Chegando a hora gris

Parece que não cabe em sí

É a hora da Ave Maria

Hora de expor sua cicatriz

 

Nestas horas da boca da noite

Ela chora e se inquieta, não cabe dentro do peito

Quer se embocar pelo mundo, fugir de todo açoite

 

Resmunga, geme e derrete

Destrava as comportas dos olhos

Desce rolando nas lágrimas

Jura, clama, suplica, transforma suas dores em prece

 

Tranca o peito , esquece de respirar

Parece nunca ter fim

São horas angustiosas, dá uma agonia de morte

Puxa o fôlego bem forte, não acha nem sul nem norte

Desnorteada busca um não sei o que

Abraça a lua e as estrelas, se enrosca nas prosas e nos versos

Buscando entender os porquês.

 

Soluça na ponta do lápis

Transmuta sua dor em poesias

Acalma, promete e derrete

Entorpece e vira abelha apis

Transforma seus gemidos em mel

Expõe seu ser intenso

Todinho, inteiro, nu, sem véu.

 

Por fim, extenuada, nos braços de Hipnos, adormece.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentários

Lindo poema, a alma conforta enquanto o corpo padece, mas na prece tudo comporta! Palmas e mais palmas.

Edson Bento da silva | 13/09/2022 ás 09:48 Responder Comentários

Uma alma que padece, mas procura sanar aquela angústia com a poesia e adormece num belo sonho de paz e luz!

ENOQUE GABRIEL | 13/09/2022 ás 19:15 Responder Comentários
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