A MESA VELHA DA ÁREA
Aquela mesa velha da área, de prancha grossa, marrom desbotada
Já, foi lixada e outra vez pintada,
já foi testemunha de tantas coisas,
Ela é testemunha de uma vida
Ela tem histórias, segredos e vitórias
Ela já teve tantos amores rodeados a ela
Viu tantos sorrisos
Uns verdadeiros, uns falsos, uns meio sorrisos, uns...
Umas gargalhadas, aquelas que vem bem do fundo da alma, chega fazer barulhos estranhos
Ela aguentou muitas pessoas reunidas, se espremendo contentes para tirar a comida
Foi testemunha de muitos jogos de baralhos, de poker, até de bingo.
Viu as derrotas nos jogos, as armações, viu vitórias e ânimos acirrados
Já até escondeu cartas em suas madeiras de sustentação
Ali foram assinados contratos, feitas compras importantes,
Foi escrito cartas, ah o tempo das cartas...
Ali nasceu poemas derramados
Foi somado e subtraídos números para fechar as contas do mês
Ouviu orações com a família reunida, e assistiu orações silenciosas, choradas
Crianças subiram nela, sapatearam, sorriram inocentes.
Aprenderam a comer ao redor dela
E hoje vem com seus filhos ali se reunir
Ela viajou nas carrocerias de caminhões acompanhando seus donos, hora na cidade, hora na chácara
Teve beijos quentes trocados bem ali,
Teve promessas, teve arrocho
Teve sufoco, teve tesão
Ali pessoas de minha vida passaram horas a se divertir
E ali agora sobra lugares de pessoas que não tem como substituir
E só hoje prestei atenção de que muitas vidas estiveram ali
Aquela mesa velha da área é testemunha de quase toda vida que vivi.
Comentários
Se os móveis de nossa casa falassem teriam muitas histórias a serem contadas!
Enoque Gabriel | 24/10/2022 ás 11:44 Responder ComentáriosPoemas derramados, e foram tantos que o seu tom branco tornaram-se amarelados! Lindo!
Edbento | 24/10/2022 ás 12:30 Responder ComentáriosQue belo poema, encantador, verdadeiro perfeito. Parabéns
Aparecida Ferreira Luis Galdino | 24/10/2022 ás 16:03 Responder Comentários