A vaquinha malhada

Em uma pequena cidade, chamada Sileu, morava seu Clovis com sua vaquinha Anita.
O terreno de seu Clóvis parecia um sítio. Tinha galinha, cachorro, dois porcos, papagaio e Anita, a vaquinha malhada que todos os dias ia fazer compras com seu dono.
Nem bem raiava o dia, ela batia na porta de seu dono pra ele acordar e dar comida para ela. Seu Clóvis assustava com seus barulhos. Tuff tuff na porta.
Não tinha outro jeito, tinha que levantar ou ela quebrava a porta.
Um dia seu Clóvis, demorou levantar e Anita, como de costume, bateu na porta. Bateu uma vez, duas, três e na quarta vez quase quebrando...
O dono não abriu. Anita estranhou. “Onde está o meu dono?”
Não teve paciência. Bateu tanto que quebrou a porta.
Procurou seu Clóvis até achar. Ele estava caído na despensa.
Anita cutucou, cutucou... e nada. Saiu desesperada pelo quintal.
Próximo à casa, morava seu Antônio e sua família, vizinhos  que ainda estavam dormindo.
Anita bateu e mugiu na janela. Estranharam...
-  O que será que é? Eles disseram.
Sua esposa falou pra ele que era melhor ver o que era.
Com receio de ladrão, seu Antônio levantou e foi ver...
De repente viu um vulto. Tremeu... E agora?
Escutou Anita vindo e mugindo triste, triste. Seu Antônio reconheceu porque Anita usava um lenço no pescoço.
Estranhou...
Anita mugia muito e virava o pescoço pro lado da casa. Então seu Antônio resolveu ir lá ver o que estava acontecendo.
A porta estava quebrada pelos pés de Anita e entrou e viu seu Clóvis estirado no chão.
Confirmou se estava respirando. E viu que estava somente desmaiado. Então levou seu vizinho pra frente da casa pra ficar melhor pra colocar no carro.
Anita não saía do lado de seu dono.
Seu Antônio voltou correndo, gritando pra sua casa. Avisou sua família e voltou com o carro para levar seu Clóvis no médico.
Chegando no postinho da pequena cidade, o médico encaminhou com urgência, fez todos os exames.
Seu Clóvis tinha caído e batido a cabeça e desmaiou. Estava com feridas na cabeça.
Ficou dois dias internado.
Nesses dois dias, Anita não saía da porta da casa, esperando seu dono. Estava numa tristeza de dar pena!
Um dia se passou e não veio.
Quando no outro dia, seu Clóvis recebeu alta, estava de volta com seu vizinho. De longe Anita avistou o carro, saiu numa corrida só na frente dos outros animais. Acompanhou o carro até ver o rosto de seu dono que estava de volta para o seu lar.
Seu Antônio abraçou Anita, chorou e ficou grato por ela ir procurar ajuda.