Não é o acaso que me desvia de ti,
mas a sina, urdida em teares etéreos,
onde o tempo, em sopros de inclemência,
desenha sendas de enlevo e martírio.
Se há rota que me exila de teus braços,
é por labirintos de inaudita ausência,
onde a saudade, esse espectro errante,
murmura teu nome em versos secretos.
Tu segues meus passos em silente anelo,
eu, em sombras, respiro tua essência,
pois se a poesia te leva a mim,
é nela que repousa minha pertença.
Não te cales, nem fujas, amor perene,
pois nos desígnios da palavra indelével,
sou eco de tua espera intransponível,
e na eternidade, serei teu alvorecer.