Nasceram no jardim da primavera
Pétalas de cores que o céu inveja.
Cada uma, uma vida tão bela,
Perfume que em cada brisa navega.

Das raízes profundas de suas mães,
Brotaram com esperança e desejo,
Sonhando em voar como as manhãs,
Beijando o sol num cálido beijo.

Oh, pétalas perfumadas, frágeis e fortes,
Guardam em seu seio mil histórias,
Das noites frias aos dias de sorte,
Tingidas de lágrimas e glórias.

Desafios vêm com o vento do norte,
Tempestades rugem seu destino,
Mas enfrentam, com coragem e porte,
O cinza que pinta o seu caminho.

Quando a chuva cai, batendo impiedosa,
E o peso da água as faz curvar,
Resistem, cada uma valorosa,
Sabendo que o sol há de voltar.

O sol, que as toca com calor ardente,
Por vezes as queima sem intenção,
Mas pétalas se erguem, resilientes,
Buscando sempre a renovação.

E as sombras da noite, silenciosas,
Sussurram medos em seu sono,
Mas elas, em sua força misteriosa,
Desabrocham em sonhos no outono.

Cada estação traz uma nova prova,
Um novo teste à sua fragrância,
Mas suas cores nunca se mova,
Firmes na dança da constância.

Flores que a vida não poupa,
Entre espinhos e pedras do chão,
São pérolas que a luta esculpe,
Brilham no vasto campo em floração.

Pétalas perfumadas, nascidas do pó,
Desafiam a gravidade da dor,
E na vastidão do cosmos, só,
Escrevem sua história com amor.

Entre abelhas e borboletas,
São as musas da natureza,
Cada movimento, a dança completa,
De um balé de rara beleza.

Assim, enquanto o tempo avança,
E as estações vão se sucedendo,
Elas florescem com esperança,
Nos desafios, sempre crescendo.

E no fim, quando a última pétala cair,
E a flor ao solo finalmente descansar,
Seus perfumes no ar hão de persistir,
Memória eterna de seu brilhar.