A problemática em Simmel e Marx Weber. 

Artigos | Victor Rodrigues
Publicado em 06 de Abril de 2022 ás 15h 58min

 

Artigo:  A problemática em Simmel e Marx Weber. 

 

Resumo

Para Weber, os principais catalisadores das mudanças sociais eram as crenças, os valores e as ideias . Para ele, os indivíduos estavam dispostos de liberdade para agir e modificar a sua realidade. Dará o nome disso de ação social  que seria exatamente qualquer ação que possuísse algum sentido ou alguma finalidade determinada pelo seu agente. Para Simmel , o problema dos homens está na desigualdade, que se dá pela natureza, o problema se dá antes de tudo pela percepção e do pensamento humano, ele está preocupado com a maneira que o homem interage um com outro, ele compara o homem do campo com o homem da cidades, o homem do campo como aquele que segue mais a vontade do coração, homem da cidade como aquele que segue mais a razão

 

 








 

Introdução

 

O capitalismo. O impulso para o ganho , a persecução do lucro, do dinheiro em maior quantidade possível de dinheiro, não tem, em si mesmo, nada a ver com capitalismo.Para Weber  tal impulso sempre existiu entre garçons, médicos, cocheiros, artistas, apostadores, soldados, cruzados, etc … Podemos dizer que tem sido comum a todas sortes de condições humanas, ou seja, o problema para ele sempre existiu por causa da natureza humana , essa é uma questão desde os primórdios da história cultural da humanidade, o que parece para ele a ideia de eliminação do capitalismo uma ideia ingênua, uma posição oposta a de Karl Marx, o qual a apontou a eliminação total do capitalismo na busca da igualdade, pois para Weber essa ganância ilimitada de ganho não se identifica de nenhuma maneira com capitalismo, e muito menos com o seu espírito, o capitalismo pode se identificar com a restrição, ou como a moderação racional desse impulso racional . Weber identifica o capitalismo com a busca pelo lucro , do lucro sempre renovado pela empresa permanente, que é capitalista e racional. O que para Simmel é coisa do homem da cidade , onde foco maior é razão objetiva , tudo se torna número, as relações de trabalho são baseadas no interesse financeiro, numa troca desapegada de valores afetivos, cada indivíduo trata um outro sempre esperando um retorno, seja o freguês ao adquirir o pão da padaria, seja o padeiro ao adquirir seu sustento ao vender seus pães. O capitalismo de Weber deve ser numa ordem completamente capitalista da sociedade , pois uma empresa que não tirasse lucro estaria condenada à extinção e o Capitalismo de Simmel é aquele que leva as pessoas ao egoísmo, ao individualismo, à falta de afeto.     








 

Desenvolvimento. 

Para Simmel , o problema dos homens está na desigualdade, que se dá pela natureza, o problema se dá antes de tudo pela percepção e do pensamento humano, ele está preocupado com a maneira que o homem interage um com outro, ele compara o homem do campo com o homem da cidades, o homem do campo como aquele que segue mais a vontade do coração, homem da cidade como aquele que segue mais a razão. Ele chamará como atitude Blasé essa atitude do homem da cidade, que é uma atitude cética, apática, indiferente, que são atitudes de pessoas que estão distante do foco que na verdade deveria ter uma tomada de atenção  maior.  E logo no início do texto podemos identificar a sua preocupação na maneira que os homens se relacionam: 

Os problemas mais profundos da vida moderna brotam da pretensão do indivíduo de preservar a autonomia e a peculiaridade de sua existência frente às superioridades da sociedade, da herança histórica, da cultura exterior e da técnica da vida.

O autor nos denuncia a indiferença como produto de uma vida individual ,  que por sua vez se relaciona e reage de uma maneira inesgotável com o entendimento da lógica da realidade , assim ele denuncia a questão monetária como princípio da individualidade nas fraquezas dos laços, segue apenas como um valor de troca, é só uma questão em comum, então o ânimo segundo ele tem um valor pautado nessa individualidade  as relações de entendimento voltadas apenas para os números , ou seja, as pessoas se tratam de acordo como convém tratar de forma objetiva no seu papel social, as relações não são de afetos, mas apenas de dever social.  E no trato dessas relações, podemos identificar que a parte vencedora é aquela que é mais cruel. 

Infelizmente, averiguou Simmel, o dinheiro aprisiona ao mesmo tempo os indivíduos em relações sociais empobrecidas por estarem cada vez mais submetidas ao cálculo e a estratégia, induzindo a desconfiança, ao egoísmo e algumas vezes a intolerância e é claro a supressão das subjetividades.

 

Já em Weber podemos tratar a questão da filiação religiosa e estratificação social , que mostram que a camada empresarial  e de profissionais qualificados eram  composta de protestantes , isso era objeto de discussão na literatura na imprensa e nos congressos da igreja católica.  Eles eram detentores do capital, eram grandes empreendedores da indústria e do comércio comparando aos católicos , estes se formavam em profissões mais humanas enquanto aqueles partiam para as indústrias. O protestante eram menos inclinados a trabalhar no funcionalismo público. 

No segundo capítulo Weber trás a questão da essência do capitalismo, qual seja o seu espírito, a questão complicadora desse conceito , pela própria natureza de sua investigação, desse modo ele teria que basear na individualidade dentro de uma lógica da evolução histórica , desse modo ele começa uma investigação que apresenta princípios de Benjamin Frank  e se debruçam questões da atividade capitalista onde a problemática existe no ethos que tende a ganhar mais e mais dinheiro. 

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Para Weber, os principais catalisadores das mudanças sociais eram as crenças, os valores e as ideias . Para ele, os indivíduos estavam dispostos de liberdade para agir e modificar a sua realidade. Dará o nome disso de ação social  que seria exatamente qualquer ação que possuísse algum sentido ou alguma finalidade determinada pelo seu agente, uma ação social se constitui a partir da  ação de seu autor em relação a resposta de seu interlocutor. 

As relações humanas e, por sua vez, as ações que estão inseridas no contexto dessas relações possuem sentido graças aos seus atores. Para que se compreenda o processo de comunicação e de interação social, é necessário que se compreenda o sentido das ações que ali existem e, ainda mais importante, o objetivo do autor da ação em seu esforço comunicativo.

Podemos exemplificar isso com um aperto de mão que pode conter de forma genérica inúmeros significados , todavia, o autor da ação , ao realizá-la, pretende que seu interlocutor apreenda o sentido que passou o seu ato.

 

Conclusão

  Em sua  argumentação, Weber  dividiu  em duas partes a primeira buscou se dedicar a questão da religião e da economia , ele teve  o cuidado de apresentar seu objeto de estudo que é o espírito do capitalismo, por isso ele traz à luz questões trazidas da Reforma Protestante , se debruçou em estudar as doutrinas o sentido moral do trabalho secular. quando ele chegou na segunda parte ele estudou a doutrina protestante, mas com ideais ascéticos, onde houve relação estreita com o espírito do capitalismo. Ele questionou acerca das diferenças nas diferenças nas condições e no comportamento , num sentido econômico , por parte de católicos e protestantes. apontou que nos altos escalões os protestantes atingiam posição superior ao católicos, isso para weber teria uma raiz histórica de se explicar dessa realidade, mas essa via não dava conta da explicação pois havia também a questão de escolha, de preferência para se explicar esse tal fenômeno ocorrido nesse contexto histórico, o fato preponderante era o modo de educação adquirido pelo meio que  cada segmento vivia. 

Destarte, Simmel defendeu a tese de que a sociedade trabalhou em torno de uma correspondência funcional onde se desenvolveu dentro do sistema econômico. Ele viu uma Sociologia de  uma caráter puro, onde sua teoria da sociedade podia ser formal onde ele buscou entender os grupos, e nisso ele detectou como  as relações dos indivíduos funcionam na sociedade. 

Na sua tese o espírito do homem moderno é um espírito voltado para contabilidade, que tem como objetivo primordial transformar tudo num exemplo de cálculo, a vida prática segue sendo trazida de um ideal da ciência da natural para um ideal da ciência monetária, a qualidade assumiu  valores quantitativos, responsabilizando as condições oferecidas e os efeitos pelas cidades grandes na qual iriam caracterizar seu espírito humano, que tem como efeito ter uma vida como uma lógica racional, apática e indiferente. 

Mediante a essência contábil do dinheiro chegou-se, na relação dos elementos da vida, a uma precisão, a uma segurança na determinação de igualdades e desi-gualdades, a uma univocidade nos acordos e combinações — tal como,externamente, foi propiciado pela difusão geral dos relógios de bolsoContudo, são as condições da cidade grande que são tanto as causas como os efeitos desse traço essencial.

 

O autor procurou  compreender esses fenômenos na busca dos habitantes dessas grandes cidades a lidar com esse imenso desafios onde a atitude blasé assumiu o  papel preponderante no domínio do intelecto no que condiz as relações entre os homens, quais defesas psicológicas podemos extrair dessa condição em que as relações de trocas estão cada vez mais acentuadas no mundo do trabalho , permitindo apenas uma aproximação de interesse monetário?   

  Enfim, Ele  propôs o conceito de ação recíproca , que foi entender a que medida cada indivíduo pode exercer influência sobre o outro, daí ele extraiu uma variação de motivações, que vão contribuir em uma união de conjuntos em uma sociedade globalizada.    

 

Referências  bibliográficas 

 

BARDET, Gaston. O urbanismo. (1945) Campinas: Papirus, 1998.

 

BENEVOLO, Leonardo. “O ambiente da Revolução Industrial”. In: História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2007.

 

BERMAN, Marshall. Introdução: Modernidade – ontem, hoje, amanhã. Tudo que é sólido desmancha no ar. A aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 198


 

HARVEY, David. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1993 

HOBSBAWM, E. J. A Revolução industrial. In: A era das revoluções 1789-1848. São Paulo: Editora: Paz e Terra, 1998.  

   

MARX, Karl , 1818- 1883. O Manifesto comunista/ Karl Marx e Friedrick Engels ; [tradução: Maria Lúcia Como]. Rio de Janeiro: editora: Paz e Terra, 1998. 

 

 SIMMEL, As Grandes Cidades , São Paulo, editora vozes. 1997. 

 

WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1999.


 

 

 

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