A natureza e o seu vagido

A natureza canta, a natureza chora!

Como é lindo ouvir o som das águas do pantanal,

contemplar as nascentes dos rios cachoeiras e cascatas,

o regato com suas águas límpidas,

o mar com suas ondas ao quebrar na praia,

o amanhecer e o entardecer com suas cores,

seu encantar com seus aromas e seus amores!

Ver o passaredo no bosque em sua revoada,

cantarolando como se fosse uma orquestra de flautas

e sentir o verde refrescante da natura!

É ali o brotar da poesia,

a inspiração em sua majestosa beleza,

suas cores, o ressoar dos animais silvestres,

a harmonia do canto dos passarinhos

e a sabedoria com que protege seus ninhos!

Há na natureza o sentimento de felicidade,

paz, harmonia, bem-estar, alegria,

fontes inesgotáveis para poemas e canções!

Hoje temos ouvido um som brutal!

Ouvimos o seu clamor, o seu pranto, a sua dor, a sua revolta!

Qual a razão de tantos peixes, alimentação dos ribeirinhos, mortos,

tantos animais silvestres queimados vivos,

nossas matas devastadas, nossos rios secando,

 a areia invadindo onde antes era puro verde?

Muitas vezes ignoramos a sua voz, mas a natureza clama!

Através dos raios e trovões, tempestade se manifesta

destruindo vilas, cidades e mansões onde dantes era seu espaço,

somente dando o troco, invadindo com suas águas

o seu ambiente, tomado pelo homem vil!

Essa ação danosa, doentia, malsã, está destruindo a poesia,

o encanto, a beleza, a alegria o bem-viver,

substituindo por tristezas, dores, violência,

angústia, solidão e o irracional!

A natureza é tão bela quanto incontrolável,

não se deixa dominar e até se torna obscura,

ferindo a compreensão de muitos!